Sentia raiva. Não era de ninguém, era de si mesma. Raiva de ignorar os sentidos, raiva de criar um sentido. Raiva. O estômago doía mas era a forte contração no peito que empurrava as lágrimas que escorriam decididas pelo seu rosto.
Sentia medo. Medo dos olhos que não secavam, dos olhos que ansiava, dos outros olhos e de todos os olhos. Medo do que pulsava nas suas mãos que agarravam a caneta.
Sentia angústia. Latejava uma preocupação permanente em sua cabeça. Uma preocupação intensa por si, de si, consigo. Um egoísmo explícito e implícito nos seus pensamentos. E ainda sentia aquele esvaziamento no estômago. Aquele ar que ventava nas paredes úmidas de seu corpo.
Sentia 'um acréscimo de estima por si mesma', uma pena, uma arrogância tremenda. Sua pretensão de ser tão maior e tão mediocremente pequena.
Era uma exagerada, melancólica, uma menina que se achava mulher e uma mulher cada vez mais menina.
Uma grande pena...
2 comentários:
Você escreveu o que eu sinto todas as vezes que brigo com o henrique e penso em escrever, mas não sai, não penso e não enxergo nada. Sempre me sinto uma imbecíl por isso...
Adoro Eça de Queiroz...
Postar um comentário