Com um país tão grande e cheio de particularidades, regionalidades, trocar de cidade, de Estado e visitar ruas com nomes tão familiares mas com características tão distintas é como andar por realidades paralelas. Sair de São Paulo é desacelerar, olhar de fora, ouvir, apreciar. A rotina, com suas poucas horas ociosas para se perder em pensamento tranca nossas percepções dentro dos sentidos e elas se perdem com o tempo, com a vida cheia de compromissos, com as necessidades imediatas.
A viagem te oferece o tempo livre. É preciso dias livres sem planos em viagens para viver esse momento sem hora marcada, sem corrida, sem ônibus com pressa, olhando para a paisagem com olhos de encantamento, descobrindo as esquinas, ouvindo as pessoas, rindo de si mesmo e da peculiaridade da vida que levamos em contraste com a que observamos.
Viagem pode ser só o consumo de museus, de bares, restaurantes, de produtos, de lembranças, ou pode ser a vivência de cada uma dessas marcas da cidade. Pode ser uma infinidade de registros de momentos, ou a real presença física e intelectual, vivendo com seus próprios sentidos, sem intermediários-lentes em cada passo que se dê pelos caminhos dos passeios.
Viajar é descobrir respostas sobre si, as dúvidas e o sentimento de estar perdido sem saber para onde ir, encontrar obviedades onde antes só via obscuridade sem solução. É descansar, esvaziar a cabeça de problemas práticos que não são seus para enchê-la de fantasia, de sonhos e projetos.
E fechar os olhos e sonhar é preciso.
Abrir os olhos e realizar para si é verdade. Mais uma.
Um comentário:
Fazia tempo que eu não passava por aqui e me pego lendo esse belíssimo texto.
Parabéns Mari!
Você me fez divagar agora.
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