quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Ah, o Início do Semestre

Lamaçal, cerveja a um real, cigarrinhos embaixo da árvore, mochilas jogadas no único pedaço seco do espaço todo da festa. Fazia tempo que eu não ficava nas festinhas da Letras. Primeira semana de aula, segundo dia, achei digno.

Várias pessoas, gente conhecida, gente esquecida, gente, muita gente. Gente de lá, gente daqui, e de lugares que não guardava mais. A Ci tava lá comigo. Sobramos nós duas de toda a turminha esquisita que se acabava com uma garrafa de Curaçau Blue, enquanto pulava, ria de palhaços pops e comprava salsichas na falta de dogs para salgar a bebedeira.

A gente não tinha forças para trabalhar de sexta-feira, curávamos a ressaca em Grill's e McDonald's. Depois a gente dormia, editava todas as 4 linhas de vírgulas q o dedo preso ao teclado enchia na tela enquanto dávamos a cochiladinha da tarde. Não tinha olodum que me acordasse. Não tinha noite que não tivesse festinha, graça, bebidinhas. E com elas, as manhãs de risadas e ressaca, dor de estômago.

Agora a gente passa as festinhas lembrando dos surtos e querendo que a galera se junte de novo - nos tempos em que éramos bêbados, zuados e felizes. A gente nunca tá satisfeito, mas percebe como as coisas vão ficando diferentes e mais difíceis com o passar do tempo. Muita coisa melhora. Muitas nóias desaparecem. Muitas outras aparecem.

Eu já fui muita coisa, mas nunca soube de verdade quem eu era. Hoje, eu acho que eu tenho uma idéia mais clara e isso facilita muita a vida. É um adianto de vida, né xuxu? Vai aparecendo uma certa segurança no meio de tanta insegurança. Vai rolando umas azedadas mais frequentes, pq quanto mais se sabe sobre o que se é, mais ridículo parece o que já se tentou ser.

Ah! o início do semestre. As aulas são sempre bacanas. Sempre tem um monte de coisas com as quais vc se empolga para estudar. Você sempre pensa que vai ler todos os textos, que vai estudar para não deixar tudo estourar nos 45 do segundo tempo. Você promete para si mesmo. Você imagina. E o semestre vai passando, e muito de tudo isso vai ficando distante.

E aí, tudo isso fica mais teórico e menos empírico. A gente trabalha demais. E essa é a melhor desculpa para tudo o que a gente vai deixando para lá. Tudo o que a gente vai abrindo mão. Tudo o que vai ficando para os finais de tarde com MP3 nos ouvidos naquele banquinho em frente à biblioteca. Tudo vai ficando para as conversas de gente que cansou, mas q ainda não parou. Nem vai.

ps. bobinho, nostálgico, mas é o espírito. A todos aqueles que estiveram nos surtos e que riram das bobagens entre latinhas e dancinhas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Adorooo as festinhas da Letras, festa estranha com gente esquisita...uhuu !!!
As mudanças na maioria das vezes são para melhor, e por mais q esteja bom.. sempre iremos reclamar, pq no fundo, no fundo.. reclamar é bom demais!

Marina Pavelosk Migliacci disse...

deus sabe o qt eu gosto de reclamar. vc sabe o quanto. a rê lamenta o qt. o vi acompanha o qt. o iago o qt. o fe me zoua o qt. eu sei o quanto. eu azedo o quanto gosto de reclamar.
arrasa

alcides disse...

Divina. Prosa que não afaga mas não choca. Melancolia e nostalgia na medida certa? I love ya.
Bacios,
Your stalker

Anônimo disse...

bom comeco