terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Mi Buenos Aires Querido
E já faz mais de um mês que voltamos (quando comecei a escrever esse post ainda não tinha completado 30 dias do retorno) e eu fico anotando mais e mais coisas no caderninho lindo que ganhei do Paulo no show do Kevin Johansen com 'fundo' de Liniers. Esse aí em cima que você pode ver com o desenho do Macanudo, um dos seus personagens mais conhecidos (e queridos).
Depois de um fim de ano turbulento, com direito a cambas de dinheiro e muito mais, cheguei na semana do Natal com fome de distância não só dos problemas mas da cidade, fisicamente. Atravessar fronteiras sempre nos pareceu uma boa ideia e, com passagem já comprada, resolvemos não desistir por motivos tão supérfluos (como se dinheiro pudesse ser considerado item de menor importância) e partimos para o desconhecido.
Eu devia ter escrito aqui durante a viagem, seria muito legal e tudo. Mas aí pensei naquela história da internet tirar nosso gostinho de contar o que visitamos, o que vimos e o que achamos, antecipando sensações e opiniões antes mesmo de nosso retorno. Usei o caderninho lindinho e, a cada cerveja, garrafa de vinho ou parada, anotava mais algumas coisas, ou checava alguma coisa no dicionário español-português.
Aliás, isso nunca foi comentado pelos meus amigos, os que não têm o espanhol muito fluente (ou nada fluente). Engraçado ninguém nunca ter mencionado o fato dos porteños falarem super rápido ou usarem expressões engraçadíssimas ou mesmo apresentarem um jeitão italiano meio contrariado de dizer que algo é bom e ruim ao mesmo tempo. Blasé.
Durante todo o tempo fiquei imaginando com devia ter sido uma aventura linguística para eles, assim como estava sendo para mim,que nunca quis aprender nada em espanhol e voltei com alguns livros para me forçar e um balde de músicas para encantar. É absolutamente um horror não conseguir se comunicar, conhecer pessoas ou fazer coisas básicas. Se Paulo não estivesse comigo usando toda sua ginga hermana, não sei como teria me virado. Acabava apelando para o inglês. E foi assim que conheci uma suíça e gastei todo o vocabulário que não conseguia usar pelo resto do passeio.
Falando ainda sobre reportar uma viagem, muita coisa não foi dita e quase nada foi destrinchado. Só chegando lá é que descobríamos coisas simples que nenhum amigo ou blog mencionou. Sobre elas, vou comentando ao longo de cada texto sobre cada parte da viagem. Assim, quando você for (se já não tiver ido, como todo mundo) fica com mais dicas e facilidades do que nós. Mesmo assim, achará ainda muito mais detalhes que esquecemos, ainda mais com esse delay de mais de um mês em contar como foi.
Antes de começar uma série sobre Buenos Aires, preciso dizer que as pessoas foram extremamente atenciosas, menos um senhorzinho que perguntou se a gente não sabia ler. A comida sempre incrível, os cafés charmosos, mas os banheiros mostravam a decadência de uma capital que passa por uma crise há tempos.
A viagem começa aqui e vou tentar lembrar das pequenas coisas deliciosas que foram fazendo uma das semanas mais relaxantes, divertidas e apaixonantes dos últimos tempos.
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2 comentários:
Eba! Quero ler, quero ler!!
(Sim, eu faço parte do pequeno grupo de pessoas que nunca foram à Buenos Aires...rs)
Pra ficar registrado: não conhecia Liniers. Depois que li aqui, entrei no site www.porliniers.com e estou adorando, desde a música, o layout, e principalmente as tirinhas.
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