Good Morning, Heartache
Alguns dias começam errado e vão errando até você voltar para casa e dormir. Alguns dias, se fosse possível, era melhor ficar deitadinha, no escuro, sem a necessidade de socializar, de bom-dias, de sorrir, de ver seu novo cabelo no espelho, de ver sua espinha no espelho, de se ver no espelho.
Alguns dias a dor nas costas se espalha pelos ombros e sobe o pescoço. Suas unhas vermelhas ficam esquisitas, a blusa que você usa sempre e adora fica torta, até o all star que sai bem pouco do seu pé fica maior, desproporcional.
Acordar bufando não é uma prática agradável, muito menos para aqueles que acordam com você. Acordar com uma pressa que você nunca tem. Você nunca sai correndo para trabalhar. Você vai. Mas em alguns dias, os bem especiais, qualquer contratempo parece que, na verdade, é contra você.
Alguns dias você não aguenta ler duas páginas do livro que você está devorando. Nesses dias, o caminho para o trablho fica eterno, vira uma viagem de dias, com sol, sem água, sem música, seus pés inchando por conta do clima seco e asfixiante.
São esses dias que você quer abraçar todo mundo, que você chora por qualquer coisa, com qualquer música. Esses são os dias de TPM. Às vezes não é ela exatamente, mas é como se fosse. Dessa vez eu a recebi deitada no escuro sem querer levantar, com dor nas costas, cabelo novo ainda sem meu controle de qualidade dar uma nota final, achando minhas unhas esquisitas, detestanto minha blusa cinza, estranhando meu all star desproporcinal e tentando encontrar uma música que não me faça chorar por ser tão linda, quase tão minha (glenn).
Não é mau humor. Também não é o mood reclamar, é só um desconforto consigo mesmo. E a hipersensibilidade irritante. 'A tristeza de se saber mulher', como diria o grande Vinícius.
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