sexta-feira, 30 de abril de 2010

Alone

Se olhar ao redor vai entrar em desespero.
Se esperar vai morrer de angústia.

A falta de um olhar, de compreensão, de uma resposta.

Refugia-se no passado e sua trilha sonora, suas palavras. Uma imagem para as mil palavras que correm em sua cabeça.

Corre para o mais fundo que pode ir em si mesma, único lugar que consegue entrar. Onde está a capacidade para encantar, para acalmar, para amar?

Em tão duro sofrimento, perde a luz e esconde-se na escuridão.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lua Cheia

Se você me pedisse para ficar, eu ficava para sempre!

O seu silêncio me atormenta. Invento com ele, por ele, desculpas diversas para um fim que eu temo chegar mas que, inconscientemente, me preparo. O seu silêncio me consome. Enlouquece.

E eu preciso tanto de palavras. Do vazio eu tive por muito tempo que tirar esperança, paciência. Hoje eu quero palavras que me acalmem, que me garantam que você está aqui, e que eu estou aí dentro do seu peito.

Eu não sou Banana!

Todos os dias, às 16 horas, há alguns anos, independentemente da minha felicidade com meu empregador, eu tenho uma crise de ansiedade insuportável. Minha concetração se esvai, meu estômago dói, minha cabeça começa a pensar em milhões de coisas ao mesmo tempo, preocupações das mais bobas, saudade, irritação, muita irritação.

Qualquer tipo de 'problema' vira um dramalhão mexicano nesse horário. Eu começo a tarde pedindo desculpas pelo mal-estar de conversar com uma louca da tarde via instant messenger no lugar de uma bela do mesmo horário nobre.

São conversas sempre truncadas, nunca objetivas, sempre dão milhões de voltas e nunca chegam ao ponto que as originou. Se é insuportável para você, meu amigo, imagina para mim, que sei exatamente da minha loucura e não consigo controlá-la? Eu dou voltas no quarteirão, morro de vontade de fumar um cigarro, comer um chocolate, mas me controlo e acabo demonstrando minhas fraquezas e todo o desenvolvimento de minhas elucubrações a você, amigolino internético.

Eu tenho certeza que você também passa por situações como essa, mas guarda para você. O problema é que para mim, em qualquer conversa, qualquer contexto, durante esta hora da tarde, eu enlouqueço e vejo tudo quanto é detalhe insignificante com uma lupa enorme e potente e me apego às coisas mais imbecis, inventando impedimentos que estão escondidos lá dentro na parte burra do meu cérebro.

Esse momento também traz lembranças das mais devastadoras quando eu não tenho sorte, porque às vezes não cabe mais uma coisa para pensar e minha hora fica ocupada SÓ com esse quadro grotesco aí de cima.

Assim que dá 17h tudo isso acaba e eu morro de vergonha da minha crise de sinapses.

Agora, você me chamar de banana porque eu me preocupo com as pessoas, nessa hora mais porém menos racionalmente, é bastante incoerente. Depois de ler tudo isso, convém mudar de ideia! E dê uma olhada também no post 'Escorpiana Feelings' que dá para sacar muito da minha personlidade insana e intensa. Aí você vai tirar essa banana da boca, i'm sure!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Medo

Sentia muito medo e nem sabia defini-lo. Nem sabia de quê porque nunca soube que era isso que sentia. Nunca ligou o nome a pessoa, sabe? Procurava sempre uma forma de encontrá-lo, de falar com ele, mas sua cabeça se arrepiava dependendo do tom de sua voz, da resposta online, da pergunta que fosse proferida depois do 'tudo bem e vc?'.

O formigamento começava na cabeça e pulava para o estômago. Como se estivesse acontecendo tudo ao mesmo tempo, mas fossem processos separados. Subia pelas pernas e ardia nos olhos. Doía. Doía bastante, mas era uma dor como que em cima do corpo, superficial, mas muito lá dentro, bem profunda. O corpo todo ficava quente, o rosto, o peito, extremamente esquisito. Doía tanto. Depois, como se tudo aquilo não coubesse dentro do corpo, explodia no rosto e escorria pelos olhos. Molhado.

Com uma dor forte no peito, parecia que o mundo todo ia cair em sua cabeça porque os ombros não aguentariam tamanho peso. Tudo desabaria daquilo que contruiu tão bem construidinho. Todos os pedaços do inteiro agora eram só pedaços e juntá-los demorava e pulsava em suas mãos. Não havia travesseiro que agarrasse que diminuiria a pressão que sentia no estômago.

Depois de doer e apertar, uma hora, que ela nunca lembrava quando, as coisas se apagavam, os olhos fechavam para secar e ela dormia.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Escorpiana Feelings

Um dia as coisas ficam mais fáceis? Será que a gente reclama demais? O dia vai passar menos dolorido em breve? O trabalho vai ser mais bem reconhecido por mim e por quem interessa? Daqui uns anos essa insegurança dá espaço e me deixa respirar? Eu vou saber o que eu quero mesmo quando eu já tiver o que quero? Vou continuar precisando de aprovação até quando? O mundo vai começar a girar ao meu redor a partir de quando? Ou onde? O que eu disser vai ter algum valor a partir de quantos salários mínimos? Ou a partir de quantos fios de cabelo branco devidamente escondidos? Minha família vai sempre saber que eu amo todo mundo mesmo quando eu não concordo com o que eles dizem? Meu namorado vai um dia entender que eu sou escorpiana e não esqueço nunca? De nada! Meus irmãos um dia vão parar de brigar comigo e viveremos numa comunidade hippie com 7 filhos cada um? Minha mãe vai entender que minha angústia é só medo de rejeição? Minhas lágrimas vão parar de sair na hora errada? Meu estômago vai parar de doer de ansiedade quando eu conseguir o que eu nem o que anseio? Meus textos terão o tom que eu imagino quando estou pensando neles no ônibus? Vou conseguir deixar as ideias fluirem ao menos uma vez ao dia? (não é pedir muito) Vou ficar rica com meu próprio negócio soon? Quando vai ser menos difícil dizer que eu amo, que eu quero, que eu sinto ciúmes, que eu sou apaixanoda, que eu me jogo, que eu vivo intensamente senão não consigo, que a vida é uma só e eu levo isso muito a sério, que você é o amor da minha vida de verdade, com toda pieguice a que tenho direito? Quando vou parar de tremer com suas ligações noturnas, matutinas, vespertinas, para dizer bom dia, que me ama, que está lendo sobre futebol e que eu ia pirar com todo o Saussure que exite na sintaxe de um jogo? Quando vou entender que eu não preciso mais te esperar que você já faz parte de mim, que eu sou parte sua, mas que, definitivamente, e graças a deus, somos duas pessoas bem separadinhas? Quando o meu dia completa com você, quando minha vida faz sentido nos seus olhos e quando eu não tenho a menor vergonha de gritar para todo mundo o quanto eu sou sua!