segunda-feira, 29 de julho de 2013

_um dia...


Um dia eu volto a sorrir. Com um pouco de graça ou pela beleza, com suavidade e paz. Sem pressa de ter que acabar. Um dia eu volto a sorrir e olhar com olhos brilhantes, claros, livres da opacidade que a tristeza os oferece. Um dia eu volto a sorrir e você me dá um copo de leite com nescau na cama para que o dia comece doce. Um dia eu volto a sorrir e dormir deixará de ser molhada de lágrimas e frio de desesperança. Um dia a quentura do estômago sobe e esquenta o coração. Um dia ostracizo a dor, destituo a tristeza e elevo à minha senhora uma outra que não me deixe só. Um dia você vai sentar ao meu lado e nossa conversa, de ouvidos e braços bem abertos, vai levar toda o sofrimento embora.

2 comentários:

The Mother disse...

Mother is still watching you!

Marcia Pavelosk disse...

Um dia eu também vou colocar a minha cabeça no travesseiro e dormir o sono tranquilo. Um dia eu também vou estar livre de pensamentos angustiosos, apreensões e carências. Um dia eu também vou sentir a alegria dos primeiros tempos quando a responsabilidade tinha um peso suave e alegre e onde tudo tinha um sabor de frescor e novidade. Um dia eu estarei livre dessa angústia de esperar o momento da liberdade, essa liberdade de se poder dizer serenamente qualquer coisa sem medo. Ah! um dia eu quero ser novamente aquela criança leve e solta que só enxerga a beleza e o amor, e nunca mais sentir o peso dos conceitos humanos que achata, que pesa e nos torna infelizes. Não tenho sabido compreender a mim mesma e muito menos aqueles que me são tão caros, e o conflito interior só faz aumentar. Minha carência tem me deixado vazia de compreensão e paciência, e nem mesmo todo o conhecimento adquirido tem me levado a superar a minha dor, e às vezes essa dor vaza, sangra e mancha a imagem sagrada que deve existir entre nós.
Volte a sorrir! Você talvez não saiba mas o seu sorriso desanuvia o meu pesar; a tua alegria convida a minha a se manifestar e o teu abraço tão esperado aquece e fortalece meu coração.