quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Mixed Feelings


Noites mal dormidas estudando em frente ao computador, deitada na cama, sentada no chão, já que minha cadeira é a causa da minha dor nas costas. Cochilos encostada na parede, sonos profundos embalados por textos longos e confusões de raciocínio.
Entre um parágrafo escrito e outro, refletindo sobre os trabalhos que devo entregar esta semana, tento imaginar qual será o prazo das minhas escolhas...qd será que elas vencem e qd será que vou ter que entregá-las, talvez para mim mesma?
Acabei colocando tudo no mesmo saco - vida profissional, acadêmica, homens, amigos, minhas frustrações, indecisões, angústias, medos e aflições. A TPM sempre é um campo fértil para o bode se aconchegar e, em muitas vezes, tomar conta da mente cansada e dos olhos secos.
Uma última gota caiu em um copo quase cheio, fazendo-o transbordar. Encontrei o passado, um não muito distante, um que ainda não resolvi direito e um com o qual, agora que reencontrei, não sei o que fazer, como agir, o que pensar. Decisões, novamente.
Noite fria, sorrisos encabulados. Olhos que relutam para não se cruzar. Apesar disso, a dificuldade que nunca existiu também não surgiu neste reencontro. A falta de esforço, o conforto de estar perto e saber que se tem perto permanecem mesmo com tanto entre o primeiro e este último contato.
O misticismo maternal ajudou muito hoje. Até aprendi alguns mantras para aliviar uma coisa que machuca, literalmente, de dentro para fora. Talvez deva seguir este lado já bastante ironizado neste blog, talvez meu azedume, tão cultivado e querido por mim, possa ser curado por Shivas, Hyshinus e outras entidades. Talvez.

domingo, 26 de agosto de 2007

Totally Cool

Sabado à noite, hora de sair da reclusão máxima depois de duas semanas longe da noite paulistana devido às responsabilidades acadêmicas retomadas após longo período de greve e férias. Saudade dos tipo esquisitos e engraçados, bonitos e interessantes, xavequeiros e malandros da gafieira hype, mais conhecida como Ibotirama, e das noites intermináveis na casa divertida.
Produção quase independente na companhia de uma das melhores companhias. Risadas e bobeiras regadas a seleta e cervejinha na mesa de canto e no canto do balcão.
Uma rosa presa ao cabelo, maquiagem leve, papos fúteis sobre cabelo e esmalte, saudosismo das belezas e encantos de ilhas longínqüas e situações engraçadas envolvendo bêbados apaixonados.
Auto-estima elevada de forma contraditória, afinal confiar em bêbado tem duas mãos. A sinceridade extrema do estado alcoólico e a deturpação da realidade da visão deste estado. Um tipo muito engraçado de bêbado, um tipo xavequeiro e malandro. Maquiagem linda, totally cool. Linda. Puro Style. Parece que não era só a mulherada que estava no âmbito fútil da percepção da 'realidade'.
Festinha engraçada com gente esquisita. Oswaldos Montenegros barbudos e cabeludos andando pelos corredores e escadas, fazendo caretas e inventado histórias. Gente gentil.
Conversas eternas com todas as pessoas do bar. Encontros com irmãos da balada. Declarações de amizade. Ampliação do círculo de amizades e, às sete horas da manhã - xaveco by Oswaldo Montenegro cover com direito a cabecinha no ombro, óculos escuros e canseira de se divertir.
A volta de ônibus, as novas paixões a partir daquela noite, o nascer do sol, fuscas style. Dormir até a hora do almoço e acordar para comer a lasanha mais delícia do mundo.
Domingo à tarde e toda a vida de sempre volta ao normal. Aconchega-se em páginas de livros, preocupações com a segunda-feira, discussões políticas e místicas duante o café e a dificuldade de desenvolver aqueles textos começados no dia de folga cheio de aventuras.
Pelo menos tudo isso vale a pena. Ou não. Deve valer. Pelo menos dá para escrever alguma coisa e passar o resto de noite entre o relaxed de ter tido a noite de sábado, e stressed de saber que se terá o dia de segunda.
Boa semana.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Escolas de Mistério

Não fui trabalhar ontem. Agilizar a vida acadêmica vem em primeiro lugar para mim, apesar das últimas semanas, nas quais não consegui desligar meu cérebro do mundo corporativo. No geral, a graduação é uma atividade que me dá mais gás para ir andando e fazer me sentir menos burra, mesmo quando saio de algumas aulas achando que sou uma completa ignorante.
Pois então, não fui trabalhar para trabalhar em casa. Ler, escrever, pensar, ler, divagar, fumar, escrever, pensar, tomar café. E como não podia imaginar, foi um dia cheio de aventuras. Sentei confortavelmente numa cadeira de plástico no meu quarto (pfff...preciso comprar outra cadeira, talvez as dores na minhas costas sejam provenientes do conforto invejável que esta cadeira proporciona) e lendo um texto que já havia lido há 2 anos, comecei a entender como se fosse a primeira vez que estivesse lendo aquilo tudo - a luz do meu quarto queimou. Puta que pariu. Azeda, saí xingando a minha sorte. Procurei em todas as gavetas e armários e acabei roubando a lâmpada do corredor do meu enorme apartamento. Troquei honestamente a bendita e sentei novamente para escrever algumas notas que me ajudariam a escrever o texto que começou a fazer sentido na minha cabeça durante o trabalho braçal de torcer a lâmpada no teto do meu quartinho 2,5x2,5.
Alguns impressões na máquina que já estava virando peça de altar, o cartucho acabou. Puta que pariu. Saí mais uma vez xingando com o azedume cada vez mais latente. Liguei para o help desk - meu irmão, e finalmente troquei a porra da tinta da impressora.
Leio mais um pouco. Alguém bate a porta. Meu pai 'vc quer um pastel?'. Lógico, de carne. Leio mais um pouco, mais algumas anotações. 'Vamos almoçar? Papai trouxe o pastel'. Lógico.
Minha mãe muito contente com a nova tinta da impressora me pede para imprimir aquele manual ma-ra-vi-lho-so e super essencial para os decretos das meditações para Fraternidade Branca, da qual ela faz parte juntamente com os 12 Mestres Ascencionados - um deles para o qual deveria me dedicar, Confúcio - mestre da sabedoria do Raio Amarelo. Imprimo o manual.
Depois do suporte técnico dado em troca de pastéis, cigarros, almoço e café, volto ao meu quarto e continua a mesopotâmica jornada que havia começado naquela longinqüa manhã.
O dia não poderia terminar sem uma meditação familiar em busca de paz e benção de anjos, mestres, luzes e raios. Minha família não existe.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Sabedorias Populares

A frase que expressa melhor essa fase da minha vida, ou talvez da vida de muitas mulheres com as quais convivo é 'Burro não encosta em vaca'. Não, não estou chamando nenhum cara de burro, apesar de achar que muitos são. Também não estou chamando nenhuma mulher de vaca. Apesar de achar que muitas são.
Quando você conhece um cara e acha que ele é interessante por algum motivo, que depois você não sabe bem qual é (deve ser efeito daquela substância sobre a qual escrevi há algum tempo já, a tal da feniletilamina) e vê que ele está saindo com uma menina bem abaixo do que você esperava que ele poderia se interessar, se envolver e se apaixonar, e desacredita de tal laço, união, situação, pense nessa frase, pois não há união, laço entre pessoas que não têm realmente alguma coisa a ver. Principalmente se ele se mostra bastante interessado nesta sobre a qual seu julgamento não permite uma nota acima da média.
Pense que este estado de encantamento deriva de uma percepção sobre esta com a qual se interessa e talvez se apaixone que não foge daquilo que ele é e daquilo que ele espera que uma mulher seja. Do mesmo texto no qual descrevo os efeitos da substância abordada no parágrafo acima, também é a compreensão e assimilação de um estudo da psicanálise sobre o nosso envolvimento com pessoas nas quais projetamos o nosso ideal. Se ele está saindo com esta mulher, então ela representa para ele um ideal.
Como diria meu pai - não confunda cu com bunda. Não confunda o ideal que você projetou neste mesmo cara com aquilo que ele só mostra, ou que você só percebe depois que toma conhecimento de uniões como esta.
'Os opostos se distraem e os dispostos se atraem...'
Agradeço a amiga Glen pela sabedoria do pensamento.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Elfos



Os elfos...ah os elfos. Conheci um elfo certa vez. Estava numa ilha não muito deserta e nem tão pouco encantada, mas doce...adocicada, melada. Fazia bastante calor e estávamos todos queimados de sol. Bebíamos hidromel, uma bebida típica da Terra Média, da qual saem todos os seres encantados, com orelhas pontudas e histórias absurdas. Dançávamos ao som de flautas e alguns poucos tambores. Não tinha o visto ainda por aqueles lados daquele outro mundo qualquer. Ele me viu. Continuamos dançando e tomando aquela bebida doce. A lua nos levava para uma outra parte da ilha. E lá chegamos. O mar - negro, como o céu. Ventava. Sorria. Gargalhava. Deitava na areia. Ria. Seguindo os encantos de uma estação na qual nunca confiei muito - o verão, fui sendo surpreendida pela graciosidade e pela doçura de um ser que beirava o surreal. Ele, interessado e interessante, me levava pelas noites daquele janeiro aos lugares mais comuns mas nunca dante visitados por essa mulher que vos escreve. A volta para essa cidade que não dorme foi realizada num mar de lágrimas. A estrada longa a fria foi também triste e solitária. Fui recepcionada por uma briga de trânsito e o estresse da Babilônia já acalorava o coração gelado que sentia que o mundo real não permite a existência de fadas, duendes e elfos. Continuo brindando com hidromel e continuo uma fada saltitante. (tá, eu sei o quanto isso é ridículo, mas ele é lindo e pode me chamar assim...rs). E de tempos em tempos ele ressurge e faz com que eu me lembre daquele verão que foi diferente, incomum, especial.