terça-feira, 22 de abril de 2008

Eu - Nós

Ela é bem resolvida, meio maluca mas bem resolvida. Acho que queria malucar por aí, mas se segura. Não se abala facilmente, controla-se, sabe lidar com rejeição, com sua auto-suficiência, com sua personalidade forte.

Ela é linda - bonita, interessante, simpática. Ela me acrescenta. Ela sabe o que dizer, mesmo que eu não esteja mais afim. Mesmo achando que eu possa ainda estar afim. Mesmo lembrando de seus peitos e sua bunda. Mesmo lembrando do sorriso dela. Mesmo dizendo. Ela ri. Ela sabe lidar comigo.

Eu...eu não sei bem o que quero. Talvez eu queira um pouco de tudo. Talvez por ela eu não abra mão de um pouco de tudo. Talvez ela também não abrisse mão de um pouco de tudo na vida tão cheia por um menino da balada. É isso que eu sou. Um cara da balada que ela beijou numa noite bêbada na São Paulo cinza.

Talvez eu prefira facilitar minha vida, simplificar. Talvez ela não queira se envolver. Talvez não precise. Talvez eu possa rir com ela e talvez ela possa não se importar muito com isso - comigo.

Eu não preciso pensar em nada disso. Mas ela me fez pensar. Fez com que eu pensasse na forma como lidamos um com o outro. Ela acha que eu sou amigo dela. Eu queria fazer outras coisas com ela. Eu acho que posso. Eu acho que talvez ela também queira fazer outras coisas comigo. Talvez não se importe.

ps. é sempre produtivo conversar com os meninos.

Parte da Semana

Às vezes detestava o céu azul, limpinho, perfeitinho. Tudo aquilo esquentava demais as minhas horas de ônibus de casa para o trabalho e, em abril, siginifica fim de tarde com chuva. Justo na hora em que sairia do trabalho, justo no dia em que tinha esquecido o guarda-chuva. Exatamente no dia em que não podia virar abóbora.

Os óculos escuros embaçavam a cada segundo com o calor humano do ônibus e suas janelas ainda fechadas por causa da chuva de meia hora atrás. Pessoas incomodadas nos bancos esmagadas pelas mochilas cheias e pesadas que arrebentavam os ombros já carregados de estafa.

Elevador quente e barulhento, calor na falta de ar condicionado tão cedo de manhã. Computador que lentamente ia acordando de um feriado que dizem prolongado, mas cortado pelo necessário final de semana.

Nem bem 8h da manhã e já enfio os fones no ouvido com o som alto de helter skelter a gritar para me fazer acordar com goles de café.

Mais uma insana terça-feira, como cara de segunda e canseira de sexta.
E é tudo um exagero de quem precisava de férias e um pouco de inverno. Aceito.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

'The happiness is only true when shared'


'Na Natureza Selvagem' é mais do que um filme on the road. É mais do que um filme de aventuras, é mais do que um filme de partidas. É um filme de encontros, com os outros e consigo próprio. É a demonstração daquele momento em que se entende e se acha tudo aquilo do que se fugiu e sobre o que se negou.

O adolescente recém-formado, com ótimas notas e possível futuro acadêmico brilhante, larga tudo, queima economias e se desfaz de todo o bem material para cair na aventura que o levará a entender que se distanciava da sua resolução final, mas que sem essa reflexão isolada não chegaria a compreender.

Perde-se em estradas, despede-se de pessoas que são tocadas pela sua doçura e por sua determinação e que o tocam pelo amor que ele acreditava ter sido negado de seus pais a ele.

Sua emoção de ver a vida e a imensidão da liberdade, só, sua busca e 'maior aventura', levam o rapaz a ver que toda esse transbordamento apenas faria sentido e seria realmente verdadeiro quando compartilhado.

O Alasca o acolhe e o repele, e seu mergulho em reflexões de páginas de livros estampam o sorriso congelado daquele que olha e suspira pela última vez.

O filme traz ótimas reflexões sobre relações humanas, sobre a recusa de compartilhá-las, liberdade, ou seu significado maquiado, valores - construção de uns, perda de outros - e fotografia esplendorosa.

Recomendo e aguardo comentários para tentar entender mais sobre a surpresa deste filme num domingo à noite.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Casei

Fui a uma palestra dele há anos atrás. Sentei na primeira fileira, concentrada. Jovem recém-formada, devorava suas paráfrases de Freud e adorava suas alfinetadas em Jung. Suas colunas eram recortadas do jornal e coladas naquele caderno que recebia todas minhas lamentações, angústias e paixões.

Os olhos escondidos no fundo das lentes do óculos, corridos nas anotações daquelas folhas branquinhas, riscadas de azul, vez ou outra fugiam rapidamente para minha blusa verde, meus óculos brilhando à meia luz.

Um café e mais meia dúzia de papos de temas conversados dentro da minha cabeça e um jantar. Eu confesso que achei meio cafona, me senti um pouco mais velha do que era...jantar? Não estava muito para 'romanticidades', 'galanteios'. Na verdade, estava mal acostumada a seduzir e voltar ao conforto de meu dias vazios.

O pedido foi numa manhã de sexta-feira, numa daquelas manhãs que fazem com o que dia fique muito melhor (às vezes mais de um dia muito melhor depois de uma dessas manhãs). Deitada, olhando o lado de fora de uma janela entreaberta, encontrei olhos semi-abertos, semi-cerrados, semi-acordados. 'O que você acha de casamento? Te perturba ainda essa idéia?' Uma lágrima escorreu tímida e prendeu-se entre os lábios que seguravam a palavra 'aceito'. hahahaha...era só isso que pensava em gritar.

Racional, distante e quase doída, refiz meu discurso de ataque sem parecer muito que havia mudado tanto em tão poucos e curtos e longos e eternos meses.

Ele tirou uma das margaridas do vaso da sala - meu presente - e arrumou entre os cachos do meu cabelo. Era a aliança que eu me recusava (e ainda me recuso) a usar. Foi dali que tirei todas as margaridas que estão sempre espalhadas por todos os lados da minha vida.

Foi num sítio, dia que começou meio cinza, mas que logo virou azul, que prendi mais milhões de margaridas no cabelo. Foi descalça, com um vestidinho branco costurado por algumas das minhas amigas, que aceitei toda a paz tumultada de tê-lo ao meu lado.

Temos 3 filhos - Pedro, Gabriel e João - 24, 22 e 15 anos, respectivamente. Pedro resolveu-se pelos lados do jornalismo e namora Daniel. Gabriel escreve, pára, lê, azedo, às vezes chatinho. É o que mais se parece comigo. É o que mais deita no meu colo e brinca nos cachos do cabelo com os olhos fechados. João se tranca no quarto e fica horas falando com seus teclados loiros, morenos, mais velhos e mais novos. Vive a vida daqueles em quem atirávamos pedras (pontiagudas). Devia jogar mais futebol.

Ah....o nome dele é Eduardo ...eu me chamo Clarice, prazer! Desculpe levantar correndo, parecendo cachorro magro, mas tô atrasada. Obrigada pelo café da manhã. Beijo.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

by Rô Naddeo

quem me ama sabe onde me encontrar. quem sabe meu nome sabe que pode me chamar. a ausência é presente pra tanta gente. pra mim também. que sou gente. e se a gente diz que não sente. mente. então eu falo logo de uma vez. que droga de ausência! mas é preciso um tempo pra cada um. e cada qual. pra cada sozinho e cada casal. ando ausente de mim. um dia eu mando me buscar.



OOO gata! lindo. Obrigadinha. Adorei!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Momento Música

Mais uma vez, utilizo o espaço para outras coisas e não tenho nada para escrever. Tenho umas coisas na cabeça, mas elas ainda não se transformaram em textos. Se tiver afim de me dar um presente...manda ae que eu posto aqui. :D

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http://lordass.muxtape.com/

O que vale bem a pena é a Ella Fitzgerald (quando é que ela não vale a pena?), a do Dean Martin (que dizem q ele é meio...sabe, né? meio...meio) e a linda de France Gall.

Fica aí a dica. ;)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Valsa da Solidão - Roberta Sá

Onde estava tanta estrela que eu não via
Onde estavam os meus olhos que não te encontrava
Onde foi que pisei e não senti
O ruído de teus passos em meu caminho
Onde foi que vivi
Se nem me lembro se existi antes de você
Ah, foi você quem trouxe essa tarde fria
E essa estrela pousada em meu peito
Ah, foi você quem trouxe todo esse vazio
E toda essa saudade
Toda essa vontade de morrer de amor

quarta-feira, 2 de abril de 2008

The Smiths to You

Please, please, please, let me get what I want

Good times for a change
See, the luck I've had
Can make a good man
Turn bad
So please please please
Let me, let me, let me
Let me get what I want
This time
Haven't had a dream in a long time
See, the life I've had
Can make a good man bad
So for once in my life
Let me get what I want
Lord knows, it would be the first time
Lord knows, it would be the first time