quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Girls Night Out

Chegar por volta das 23h na Augusta e descê-la era uma balada por si só. Um monte de gente se aglomerava em frente a alguns bares da Fernando de Albuquerque e para baixo. Uma parada em um deles garantia que a balada começasse na hora certa, além de sempre adiantar divertimento e graça.

Havia muitas filas, mas não lembro de passar horas em nenhuma delas. Dava tempo de fumar uns 2 cigarros e terminar o copo de Campari ou uma latinha de Skol. E, nessas filas, as pessoas se mostravam interessantes, pelo menos algumas delas, mesmo que fossem blasès, mesmo que fizessem carão, assim mesmo havia o que olhar sem recriminação, sarro ou mero desdém.

Sexta-feira nunca foi o melhor dia para sair de casa, mas sempre é um dia que se pode sair, e desde que eu me lembre, é um dia especial para fazer alguma coisa.

Mas nada disso existe mais como eu conhecia. Os lugares, os mesmos, ainda estão lá, mas não são mais os mesmos. As pessoas interessantes se transformaram em anomalias fashion, as filas se multiplicaram e engrossaram, barrando o caminho das calçadas. Assim, se você tiver disposição de entrar em uma delas, conseguirá tomar milhares de latas de Skol e fumar maços cheios de cigarro.

A minha impressão é que há um culto do grotesco do baixo augusta e que ele foi transferido para as ruas, com pilhas de lixo aglomeradas nas guias, gente confusa e pouco à vontade com a imagem que mais parece satisfazer o grande público noturno da região e muita gente desinteressante, todo mundo muito igual aos outros, contrariando o desejo 'secreto' de serem diferentes.

Eu acabei fugindo de lá e talvez demore muito a voltar para a noite daquela parte saudosa da cidade. Caí em Pinheiros e o Matrix virou a nova Funhouse. Uma surpresa boa, ao menos.

E tudo isso pode ser chatice de gente que está ficando velha antes da hora.

4 comentários:

The Mother disse...

Well, my poor baby... we are getting older, dear...

Mother is still watching you!

Unknown disse...

Acho que tudo é uma questão de como vemos as coisas...às vezes ficamos muito tempo sem fazer algo e, nesse meio tempo, outros pontos de vista vão se formando - quando damos por nós, já somos outros e as coisas antigas não cabem mais. Essa foi a sensação que tive ao ler seu texto. =)

Marina Pavelosk Migliacci disse...

mother is back!!! eeeeee

Ti disse...

eh, mana... concordo com voce, apesar de nao ter entrado no esquema Pinheiros e Matrix (oh Lord, ainda existe?). imagine passar dois anos sem aparecer e cair de para-quedas? uma palavrinha soh: CHOQUE.
beijomeligamaaaa