quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

2008 Docinho Docinho!!!!!!!!!!!


Talvez não escreva aqui até o ano que vem. Talvez sim. Na dúvida, fique sempre na dúvida e, neste caso, faço meus votos antes que faça o papel ridículo de desejar ótimo ano só no próprio, dando a desculpa da falta de tempo. Pfffff.

Começo com meus desejos para 2008. Vemnimim!!! Eu sei. Muitos deles ficarão para serem feitos novamente em Dezembro do ano que vem, já que boa parte do que a gente deseja e promete, fica como gás para correr de janeiro às próximas festas, mas enfim, lá vão.

Eu desejo um ano mais doce. Principalmente no que diz respeito ao meu humor. Meu azedume tem se tornado quase crônico e quase não há mais controle sobre ele. Por isso, pedirei ajuda à mainha - Iemanjá. Volta para o mar, oferenda!!!!

Desejo mais trabalho. Tá, eu sei que quase todo mundo do universo queria trabalhar menos. Mas como as coisas não funcionam como a gente deseja...só trabalhando mesmo para gente ter uma grana para fazer coisinhas bacanas. Que nosso patrocinador nos reconheça, então.

Amor!!! Muito a todos! Sentido de viver...da vida. Aprender a amar, a si próprio antes de se aventurar por aí machucando os outros. E todo mundo precisa, peloamordedeus!!!

Música boa, baladinha, teatro, cinema, filmes bons, mais música boa, bons recomeços, boa viagem a quem vai, boa continuação a quem fica. Saudade de muita coisa em 2007. Começando pelo ano novo numa ilha perdida no litoral, passando pelo carnaval, todas as noites sujas de janeiro a dezembro, festinhas, pessoas que foram, que ficaram, que beijaram, que sumiram...

Desejo a todos coisas novas...de todos os tipos. gente nova. gente bacana. gente amiga. gente inteligente. gente fofa. gente...muita gente. tipo muita!

E muito obrigada por terem feito de 2007 um ano especial, que apesar de cheio de coisas, muito trabalho, muito estresse, foi um ano em que eu conheci pessoas maravilhosas, mulherada fofa, meninos por aí, pessoas boas, escutei boas músicas, conversas bacanas, baladas gostosas, bebidinhas, paradigmas, e mais e mais.

Ótimo 2008 a todos! Feliz Ano Novo. Adeus Ano Velho! Que tudo se realize no ano que vai nascer. rs

Beijomeligafeliz2008ecomentaessepost!!!!!!!

Nova Fase Azeda

"Está bem, você riu muito. Mas depois que você riu, o quê? -- deixa de rir. A vida é só isso." (Millôr, 1965)

domingo, 23 de dezembro de 2007

Mais que bem querer

Levara um soco no estômago. O ar fugiu de seus pulmões e os olhos escureceram. O coração batia forte. Olhos fixos na parede branca do quarto, olhos longe na tarde chuvosa. Ele jogou seu livro no chão. Ele pisou nas páginas da vida dela. Ele arregaçou sua história e a fez com que a escrevesse de trás para frente.

Sua sorte era o acaso. E o acaso era ter passado naquele corredor de uma livraria às 17 horas de uma tarde bagunçada de domingo. Os dias arrastavam-se no percurso árido da vida de uma menina e ela ia se tornando uma mulher. Exigente, amarga.

Sua estupidez foi ter acreditado que estava imune ao vazio no estômago, a dor angustiante que corre o corpo, que aquece as pernas, e o que há entre elas, que estaria imune à paixão.

Sabia de cor todos as sensações de lê-las por aí, de ouvir as amigas comentando sobre o casinho, o namorinho, o menininho, o xuxinho, e blábláblá. Achava um porre o assunto. Achava pouco prático, achava piegas.

Levara um soco no estômago. Ele fechou os cinco dedos e mirou dentro - todas as borboletas voaram...dançaram, berraram nas paredes úmidas da menina que achava que tinha o coração já seco.

A vontade de colar a vida na dele, de não deixar seus olhos fugirem para lá...mas sempre para cá. Queria seguir as linhas no livro que ele segurava nas mãos. Queria tê-lo entre os braços doloridos de vazio.

Ele era a visão que ela criara para encher o vazio de seus dias. Sua vida arrastava-se e ela arrastava a ilusão de um querer mais que bem querer por entre suas preocupações.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Nova janela no Mundo Virtual

Após longa, longuíssima tarde produtiva, entre conversas emessênicas com amigo quase que só virtual, montei novo blog - CRU.

Não abandonarei o Clube do Camba. Não, não, não. Este é meu e é nele que as experimentações, às vezes sacais, são minhas e são testadas.

O outro - http://crublog.blogspot.com - é um espaço divido com um amigo das noites sujas, das madrugadas insones e das tardes de cansaço e tédio - Fê - para criação de textos com temática específica - sexo, drogas e rock'n roll.

Com postagem de estréia fresquinha e angustiante. Dêem uma olhada quando puderem. Interessante. Experimento.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Solidão, solidez

Marília abria os olhos mais uma vez entre tantas vezes que já os abrira e tantas que ainda abriria. Seu corpo doía, suas mãos tentavam alcançar o relógio, desligar o despertador, levantar-se e fazer mais aquela segunda-feria, mais aquele início de qualquer coisa, mais aquele pedaço até o próximo final de semana, mais uma semana que a separava dos seus dois dias de solidão, aqueles dias que a solidificavam no que era, no que queria ser, no que ansiava, arrastando-se pelas avenidas engarrafadas dessa cidade suja.

Ia de encontro ao chuveiro, que parecia não funcionar direito, deixando toda aquela água fervendo cair com o pingo contínuo e cansado da água gelada, estridente entre tanta quentura.

Vestia o vestido negro, all star e jogava a mochila nas costas. Corria entre mordidas na banana meio passada, da semana passada. Corria para seu lugar vago no ônibus lotado, seu mp3 funcionava. Ouvia guns of brixton, não com the clash, mas com novelle vague, como uma bossinha em inglês, um som no meio daquele game called survivin'.

A cabeça recostada e os olhos a vagar pela corrida de pontes, avenidas e prédios. Seu dia corria como se não houvessem tantas linhas a preeencher no computador, como se não houvesse tanta notícia a ler na internet, como se não houvesse tanto e-mail a responder, pessoas a ligar, tantos rostos distantes em pensamento, tantos mundos complexos por trás de faces em complacência, em paciência, seguindo dedos batendo e castigando teclados.

Sua noite começava com nova viagem de ônibus. As luzes de Natal enchiam a memória que transbordava de boas recordações. Agora sentia um azedo subindo seu corpo, como se sua tristeza disfarçada de ironia tivesse contaminado as últimas gotas da época que mais se sentia aconchegada. Sentia a solidão solidificando-se dentro de seu peito, amargurando suas palavras, envenenando pensamentos.

Tindersticks e lágrimas escorriam naquela travellin' light. Tindersticks e aquele último beijo, aquele último abraço, as últimas palavras, aquele último carnaval....teve seu fim.

Acomodava-se com um cigarro entre os dedos e ligava para ouvir sua voz. Ligava para sentir suas cordas vocais acariciando seu ego, seu colo, sua face, enxugar suas lágrimas, ninar sua dor.

Dirceu tossia antes do alô. Dirceu e sua voz grave, vibaravam os dois na pequena mulher alta, na mulher que se tornava pequena a cada dia dentro do tão grande que era sua ambição. Sua felicidade, seu sonho.

Marília de Dirceu. Marília do mundo e de ninguém. Não se sentia parte daquele lugar, não se sentia em comum, mas incomum. Ele viria buscá-la, ninar a cabeça cansada, os olhos secos, o coração estrangulado.

Os cachos dela, o colo dele. Ela segurava na garganta tudo aquilo que a fazia tremer e soluçar, sozinha. A mão dele escorreu pelo seu rosto e caiu entre os seios, como se quisesse segurar o coração dela com as mãos. As lágrimas escorriam para limpar a dor de suas olheiras, a canseira de suas palavras. Adormeceu com a última gota de esperança de uma vida menos solitária. Ele a deixou deitada no sofá verde e foi embora. Dirceu de Marília. Assustara-se com a pequena sua mulher. Sentia a dor dela entre seus dedos, entre suas palavras.

Pegava o ônibus lotado, sentava-se com seu mp3 e ouvia o som que a fazia viajar por entre as ruas de sua cidade. O pensamento dele era dela. Dirceu de Marília.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Jorge, Ernesto e Virginia

dêem uma olhada nestes contos selecionados. vale cada linha.
bjomeligacomenta

http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/funes.htm - Funes, o memorioso de Jorge Luis

http://www.bartleby.com/85/8.html - The Mark on the wall de Virginia

http://plato.acadiau.ca/courses/engl/lawson/acadia03/texts/HillsLikeWE.html - Hills like white elephants de Ernesto

A Pedra do Reino


Nobres senhores e belas damas,

A peça dirigida por Antunes Filho e encenada pelo Grupo Macunaíma de Teatro de São Paulo no Teatro Anchieta – Sesc Consolação, é uma adaptação d’O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta e História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, do paraibano Ariano Suassuna.

Cinco minutos para o início do espetáculo e as luzes se apagam. A campainha toca alto e a iluminação torna-se alaranjada com fundo meio amarelado. Um jovem ator – Lee Thalor - chega ao canto direito do palco munido de uma pequena mala, um pedaço de uma grade e um banquinho. Ouve-se ao fundo marcha e apitos e o ator começa a ser perseguido por um grupo organizado de policiais. É preso. Senta-se no pequeno banquinho, arruma sua maleta no chão e agarra-se ao pedaço da grade como em uma prisão.

Assim começa a narrativa da história de D. Pedro Diniz Guaderna, um sertanejo de Taperoá que havia sido preso acusado de subversão durante o Estado Novo – autor de uma obra tida como subversiva, seu memorial, apresenta um ideal de sociedade longe dos padrões estabelecidos pelo Estado. Sua visão aproxima-se de um sebastianismo português e louva a tentativa de Antonio Conselheiro em Canudos. Proclama-se herdeiro dos verdadeiros reis – mulatos – do Brasil (daí seu título de Dom).

Guaderna, no tribunal, respondendo às acusações feitas contra ele, faz sua própria defesa perante o corregedor e, para tanto, conta a história de sua família, das desavenças, das lutas e das controvérsias políticas, literárias e filosóficas em que se vira envolvido. Os Dantas, os Pessoa, os integralistas, os esquerdistas, os partidários do azul e os do encarnado: todos fazem parte dessa história. Assim como os coronéis e a Revolução de 1930, a Guerra de 1912, a Coluna Prestes, o cangaço e a Era Vargas, momentos históricos do país que Antunes Filho aliou à representação do mundo fantasioso descrito por Quaderna.

A Pedra do reino é uma representação física deste mundo idealizado pelo personagem principal. Sua construção é uma reflexão sobre a realidade sertaneja em contexto reprimido social e politicamente, além de ser uma reflexão sobre a concepção de uma obra de arte crítica em relação a si mesma, fazendo a metalinguagem da formulação da peça de teatro, o que também funciona na leitura da obra de Ariano Suassuna – a metalinguagem da formulação da trama de sua narrativa.

Apresentação simples, cenografia limitada às luzes e à presença de personagens e poucos objetos, como numa brincadeira de criança, ‘A Pedra do Reino’ representa a mitologia do sertão brasileiro de forma lúdica e encantada.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Haikai - Chuva


Pingos prateados no vidro
aqui dentro gelado
lá fora - molhado.





almofadas cinzas de algodão
o vento sopra
pingos de sabão

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Momento Curta

E para dar continuidade ao momento youtube...vídeo bem bonitinho achado pela irmã Delma na grade teia, naquele site de vídeo da empresa com dois o's no nome.

Piadinha




E para acompanhar a leitura dessa tirinha, nada melhor do que essa música...enjoy!


quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

One for my baby (and one for the road)

Ouvir Billie é ser levada a outro tempo, espaço. April in Paris - outro mundo. Fine and mellow sua voz chega aos ouvidos e você still got the blues. Ouvia-la e se perguntar what a little moonlight can do? Passar as nights in white com o sax a ecoar pelo quarto acordado pela insônia e o pensamento jogado neste summertime. Imaginar as histórias embutidas nas letras com a melodia envolta em fumaça e goles de uísque. The lady sings the blues.



My man don't love me
Treats me oh so mean
My man he don't love me
Treats me awfully (awful mean)
He's the lowest man
That I've ever seen

He wears high draped pants
Stripes are really yellow
He wears high draped pants
Stripes are really yellow

But when he starts in to love me
He's so fine and mellow

Love will make you drink and gamble
Make you stay out all night long
Love will make you drink and gamble
Make you stay out all night long

Love will make you do things
That you know is wrong

But if you treat me right baby
I'll stay home every day
If you treat me right baby
I'll stay home every day

But you're so mean to me baby
I know you're gonna drive me away

Love is just like a faucet
It turns off and on
Love is like a faucet
It turns off and on

Sometimes when you think it's on baby
It has turned off and gone

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Salve!


Meus escritores favoritos cometeram suicídio - Hemingway e Virginia Woolf. Ele com um tiro na cabeça e ela afogada. Ele foi o primeiro escritor que me fez refletir sobre a forma de uma narrativa. Ela me inspirou em sua forma desforme, seu fluxo de consciência, sua dor, tensão, tristeza, depressão.

Borges disse certa vez que não há obra literária que brote da felicidade. Posso concordar. Tanto meus dois preferidos como o próprio Borges, de quem possuo uma admiração quase que platônica devido ao mísero número de textos assinados por ele nos quais passei os olhos, são personalidades marcadas pela dor, pelo sofrimento e pela depressão.. entre tantas outras coisas.


A tristeza, para mim, é uma forma de ver o mundo. A dureza com que a realidade se mostra e a reflexão sobre as relações no mundo fragmentado e desconcentrado turva olhares.

Não acho o suicídio solução. Penso o suicídio como uma impotência frente às reflexões sem conclusões, a vida sem caminhos e os caminhos sem objetivo. Talvez seja um ato de coragem e humildade deixar esse mundo no qual não se encontra inserção. Talvez seja arrogância de não se sentir parte dessa mediocridade. Talvez a mistura dos dois. A hibridez das relações e a falta delas. Talvez desespero.

Sem conclusão alguma, só agradeço às reflexões desses e suas obras provindas de tristezas e desilusões que me fizeram refletir e fazer uso de minhas lágrimas e aflições.