Eu vi meu sobrinho na calçada oposta e brequei. Meu pé afundava-se no acelerador e eu ia estourar o muro se não tivesse encontrado os olhos de Pedro do outro lado da rua. Eu ia dar um fim na loucura dolorida que apertava meu peito há 20 anos. Iria deixar entre o muro e o poste toda a obsessão, a doença chamada Carlos.
'Entra aqui' gritei a ele. Gritei implorando ajuda. Meus olhos devem ter assustado o garoto. Olhos vermelhos, inchados de tristeza, de incerteza, de amargura. Gritei pela minha vida, que já não era minha, que já escorria pelas minhas mãos, já doía a culpa da minha recente intenção.
Minha morte seria talvez uma forma de limpar tanta mágoa, humilhação. Apagaria de dentro de mim, que não existiria mais. Eu não seria mais nada do que um corpo preso entre a lataria daquele carro velho, acabado, enferrujado.
Dei a volta no quarteirão e peguei a estrada para o sítio. Voltava correndo no dia azul, aberto para o abraço da minha irmã, para o meu quarto sozinho, vazio. O verde que beirava a estrada me levava para aquele dia no bar do centro, aquele dia que encontrei na boca daquele homem as palavras que esperei escutar e o olhar que esperei para me atirar.
Eu tinha acabado de fazer aniversário - 35 anos. Uma jovem, nem tanto, mulher solteira numa cidade pequena do interior. Uma mulher que já havia sido abandonada no altar, que já havia ouvido promessas para toda a vida e que agora bebia numa mesa de um bar, sozinha, comemorando a decepção de uma vida insatisfeita.
Tinha visto-o encostado no bar pedindo bebidas. Vagarosamente aproximava-se da minha mesa. 'Posso sentar com você?' 'Claro, por favor'. Retirei correndo minha pequena bolsa vermelha de cima da mesa derrubando meu copo de uísque. Desastre. 'Desculpa' 'Imagina, deixa eu te ajudar'. Enquanto nossas mãos secavam todo o meu desconserto eu suava e respirava forte, no ritmo da minha ansiedade.
Recusei suas mãos mas aceitei o presente de seus beijos. Um doce para equilibrar a acidez da idade 'avançada'. Fiquei sentada no chevette velho com perfume de rosas olhando para o vazio do estacionamento. Algumas imagens pareciam-me mais brilhantes, mais nítidas e, se me permitem a pieguice, mais coloridas.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Conversa de Elevador
O tempo tá demais. Um dia tá calor, no outro tá frio. Você acorda nublado, passa pelo efeito cebola, sofre de calor na hora do almoço e volta à noite para casa se perguntando se estamos realmente em outubro.
E aí a crise, você vê? As pessoas perdendo as casas. É, a mentira americana uma dia ia das com os burros n'água. Tem gente morando dentro do carro, você viu isso? Uma loucura. Não tá fácil para ninguém. O que é notícia de Datena's por aqui, virou uma realidade da dita classe média lá. Perdendo tudo...um pecado, viu?
Aqui o preço dos alimentos...tudo sobe e nada desce. Sair para comer em São Paulo? Como pode né? E as 'criança' em casa, a escola, a natação...tá tudo pela hora da morte. Uma loucura. As 'conta' 'pendurada' na porta da geladeira e eu digo 'olhe a situação da sua mãe do seu pai....vá apagar a luz! você pensa que eu sou sócio da eletropaulo?'
Você vê o trânsito dessa cidade? Um dia pára. Olha...São Paulo, ame-a ou deixe-a, como se diz, né? E a vida do ouro lado da ponte. Ah, tão difícil atravessá-la. Não tá fácil.
ps....minha falta de assunto e minha homenagem a estas conversas vazias e tão divertidas.
E aí a crise, você vê? As pessoas perdendo as casas. É, a mentira americana uma dia ia das com os burros n'água. Tem gente morando dentro do carro, você viu isso? Uma loucura. Não tá fácil para ninguém. O que é notícia de Datena's por aqui, virou uma realidade da dita classe média lá. Perdendo tudo...um pecado, viu?
Aqui o preço dos alimentos...tudo sobe e nada desce. Sair para comer em São Paulo? Como pode né? E as 'criança' em casa, a escola, a natação...tá tudo pela hora da morte. Uma loucura. As 'conta' 'pendurada' na porta da geladeira e eu digo 'olhe a situação da sua mãe do seu pai....vá apagar a luz! você pensa que eu sou sócio da eletropaulo?'
Você vê o trânsito dessa cidade? Um dia pára. Olha...São Paulo, ame-a ou deixe-a, como se diz, né? E a vida do ouro lado da ponte. Ah, tão difícil atravessá-la. Não tá fácil.
ps....minha falta de assunto e minha homenagem a estas conversas vazias e tão divertidas.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Sutiã - Deus o Abençoe
Há alguns - muitos - meses, eu resolvi que não iria mais usar esse estilingue ao redor do meu corpo, prendendo meus seios, levantando-os. Comprei tops e usava esse artigo do vestuário 'esportivo' todos os dias, com (quase) todas as minhas roupas e em todos os lugares.
Aí que eu cansei do efeito estético proporcionado por ele. Ontem, com meu real payment, comprei alguns presentes para mim mesma, e entre eles estava 'o sutiã'.
Agora, deslumbrada como se fosse o meu primeiro, fico imaginando porque nunca tinha usado esse modelo 'potente', turbinador, ultra delícia e confortável antes. E como, por deus, fiquei tantos meses com o colo achatado de uma pessoa breastless?
Eu gosto dos básicos. Detesto renda, que me dá uma alergia danada. Gosto de algodão, mas tudo bem se for outro tecido, desde que não 100% sintético. Os sintéticos não deixam a pele respirar, e mais alergia.
Não gosto de estampas, desenhos, mas se for listrado (as calcinhas, principalmente) pode ser. Aliás, adoro calcinhas de algodão com pouca lycra, listradinhas. É tão bonitinho, um pouco coloridinho.
Mas o sutiã é um artigo de poder. Como deixar de usá-lo? Não um poder sexual, somente. O que pode ser bem interessante também (as nazi-feministas que me perdoem). Mas não. O sutiã proporciona à mulher uma atitude mais confortável consigo mesma, auto-estima para dar segurança aos seus atos e decisões.
Mas aí que foi o conforto que me fez mudar dele para o top (mais leve, mais livre).
A minha conclusão é que não dá para usá-lo todos os dias, em todos os contextos. Mesmo porque todo esse sentimento de auto-estima/arraso/delícia acaba se desfazendo com a banalização do uso. Afinal, você pode estar com o turbinador mais potente do mercado, mas se não tiver um conteúdo 'bem-resolvido' e satisfeito, não há lycra que resolva seu problema.
Aí que eu cansei do efeito estético proporcionado por ele. Ontem, com meu real payment, comprei alguns presentes para mim mesma, e entre eles estava 'o sutiã'.
Agora, deslumbrada como se fosse o meu primeiro, fico imaginando porque nunca tinha usado esse modelo 'potente', turbinador, ultra delícia e confortável antes. E como, por deus, fiquei tantos meses com o colo achatado de uma pessoa breastless?
Eu gosto dos básicos. Detesto renda, que me dá uma alergia danada. Gosto de algodão, mas tudo bem se for outro tecido, desde que não 100% sintético. Os sintéticos não deixam a pele respirar, e mais alergia.
Não gosto de estampas, desenhos, mas se for listrado (as calcinhas, principalmente) pode ser. Aliás, adoro calcinhas de algodão com pouca lycra, listradinhas. É tão bonitinho, um pouco coloridinho.
Mas o sutiã é um artigo de poder. Como deixar de usá-lo? Não um poder sexual, somente. O que pode ser bem interessante também (as nazi-feministas que me perdoem). Mas não. O sutiã proporciona à mulher uma atitude mais confortável consigo mesma, auto-estima para dar segurança aos seus atos e decisões.
Mas aí que foi o conforto que me fez mudar dele para o top (mais leve, mais livre).
A minha conclusão é que não dá para usá-lo todos os dias, em todos os contextos. Mesmo porque todo esse sentimento de auto-estima/arraso/delícia acaba se desfazendo com a banalização do uso. Afinal, você pode estar com o turbinador mais potente do mercado, mas se não tiver um conteúdo 'bem-resolvido' e satisfeito, não há lycra que resolva seu problema.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Cadê?
Eu tenho lido minhas coisas de novo...releitura de mim mesma. Eu realmente não sei de onde tiro algumas 'melodices' que viram textos. São sempre mulheres encantadas, exageradas, apaixonadas, desesperadas, com milhões de olhares que só denunciam o quanto são frágeis, vulneráveis, de outros e não delas mesmas.
Eu não sei de onde tiro isso tudo porque talvez não me identifique com nenhuma dessas imagens que transcrevo. Talvez. Não tenho essa imagem de mim, apesar de usar todos esses adjetivos quando penso sobre mim mesma. Mas a imagem que sustento (mesmo que sem querer, ou mesmo não querendo) de mim é de quase uma pedra. Uma pessoa distante, azeda, irônica.
E talvez eu possa ser tudo dos dois parágrafos, mas talvez não caibam em mim as mulheres sobre as quais escrevo. Ou eu não caibo nelas. Eu não tenho esse olhar, apesar do encantamento, apesar da paixão, apesar...
Eu também não sou só o segundo parágrafo, apesar dos comentários molhados de um pouco de dor, impregnados de crise, de falta ou excesso de identidade. Talvez o meu distanciamento seja uma fachada, talvez eu me sinta mal de ver o quanto essas mulheres têm de mim, ou o quanto eu tenho delas. Elas são bobas, são bestas, são quase o oposto do que eu realmente acredito ser.
Eu prefiro o azedume às bobagens meladas de inocência. Apesar de defender a inocência como algo imprescindível para o bem viver. Ao mesmo tempo que com a inôcencia, somente com ela, o bem viver não se estabelece.
Eu vou parar com as ficções. Talvez só por um tempo, talvez pelo cansaço, talvez pelo medo de repetir essas imagens em quartos com garrafas de vinho. Vou tentar a realidade, qua talvez me ajude a chegar numa mulher mais próxima a mim ou que talvez me distancie completamente.
Eu quero um texto mais longe de mim. Eu quero um que não me confunda com o tema, com o enredo, com as cenas. Um texto que não me reconheça e no qual eu não seja reconhecida. Pelo menos que não seja reconhecida no conteúdo. Por isso, mais realidade e menos repetição de invencionices.
Eu posso desistir de tudo isso. Por enquanto, fico com a relativização do mundo dito real, porque, segundo o guru Leary: a realidade é apenas uma opinião.
ps. escrevi em crise...um pouco antes de resolver mudar de casa. não vou largar a ficção, só tentar encontrar uma outra forma de expressá-la. E também não prefiro o azedume às bobagens meladas e inocentes.
Eu não sei de onde tiro isso tudo porque talvez não me identifique com nenhuma dessas imagens que transcrevo. Talvez. Não tenho essa imagem de mim, apesar de usar todos esses adjetivos quando penso sobre mim mesma. Mas a imagem que sustento (mesmo que sem querer, ou mesmo não querendo) de mim é de quase uma pedra. Uma pessoa distante, azeda, irônica.
E talvez eu possa ser tudo dos dois parágrafos, mas talvez não caibam em mim as mulheres sobre as quais escrevo. Ou eu não caibo nelas. Eu não tenho esse olhar, apesar do encantamento, apesar da paixão, apesar...
Eu também não sou só o segundo parágrafo, apesar dos comentários molhados de um pouco de dor, impregnados de crise, de falta ou excesso de identidade. Talvez o meu distanciamento seja uma fachada, talvez eu me sinta mal de ver o quanto essas mulheres têm de mim, ou o quanto eu tenho delas. Elas são bobas, são bestas, são quase o oposto do que eu realmente acredito ser.
Eu prefiro o azedume às bobagens meladas de inocência. Apesar de defender a inocência como algo imprescindível para o bem viver. Ao mesmo tempo que com a inôcencia, somente com ela, o bem viver não se estabelece.
Eu vou parar com as ficções. Talvez só por um tempo, talvez pelo cansaço, talvez pelo medo de repetir essas imagens em quartos com garrafas de vinho. Vou tentar a realidade, qua talvez me ajude a chegar numa mulher mais próxima a mim ou que talvez me distancie completamente.
Eu quero um texto mais longe de mim. Eu quero um que não me confunda com o tema, com o enredo, com as cenas. Um texto que não me reconheça e no qual eu não seja reconhecida. Pelo menos que não seja reconhecida no conteúdo. Por isso, mais realidade e menos repetição de invencionices.
Eu posso desistir de tudo isso. Por enquanto, fico com a relativização do mundo dito real, porque, segundo o guru Leary: a realidade é apenas uma opinião.
ps. escrevi em crise...um pouco antes de resolver mudar de casa. não vou largar a ficção, só tentar encontrar uma outra forma de expressá-la. E também não prefiro o azedume às bobagens meladas e inocentes.
Drummond e a Língua Portuguesa
Aula de português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
Acomodava os livros em cima da mesa, ao lado uma caixa de giz branco e alguns pedaços perdidos de giz colorido, o apagador. Retirava da mochila os óculos e escondia sua insegurança atrás das lentes. Tïnha uma caneta vermelha, uma azul e um pequeno lápis...acreditava na sorte que ele dava para ela.
Silvia olhava o rosto daquela dezena de meninos e meninas e seus olhos faziam-na acreditar que eram centenas, milhares de rostinhos que ameaçavam sua fala entre gaguejos e tremedeiras.
Era sua primeira vez sozinha. Era a primeira vez em que encararia aquele grupo tão grande de pequenos ameaçadores. Pequenos vilões, pequenas crianças. Sentia-se do tamanho delas enquanto eles olhavam par cima para encontrar a aula da tal nova professora.
Um por vez, todos os nomes, todas as histórias de férias, todos com 11 anos.
Aula de português ...
um poema do Drummond, atividades na ponta da língua, na superfície estrelada de letras...
'sabe lá o que ela quer dizer?'
Todas atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me...
Certa gritaria, alguna papéis voando, algumas risadas, desentendimentos, desespero. Sentava em frente ao menino de boné verde, olhava-o fundo nos olhos sem pronunciar uma palavra. Olhava como se olhava para si própria, nã diziam uma só palavra, não reclamaria, não começaria sermões. Levantava-se e corria para ajuda da poesia. Sentia-se atacada, ofendida. Podia sair correndo, podia não dizer, nem ler. O poema diria sozinho:
Já esqueci a língua em que comia...
a língua, breve língua entrecortada.
O português são dois; o outro, mistério.
ps. vou escrevendo umas coisas e guardando. tenho um monte de histórias começadas e guardadas na caixa de postagens. essa é uma de meses atrás. nem gostei muito, talvez por isso não tenha postado, mas lá vai. dos meus tempos de professorinha.
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
Acomodava os livros em cima da mesa, ao lado uma caixa de giz branco e alguns pedaços perdidos de giz colorido, o apagador. Retirava da mochila os óculos e escondia sua insegurança atrás das lentes. Tïnha uma caneta vermelha, uma azul e um pequeno lápis...acreditava na sorte que ele dava para ela.
Silvia olhava o rosto daquela dezena de meninos e meninas e seus olhos faziam-na acreditar que eram centenas, milhares de rostinhos que ameaçavam sua fala entre gaguejos e tremedeiras.
Era sua primeira vez sozinha. Era a primeira vez em que encararia aquele grupo tão grande de pequenos ameaçadores. Pequenos vilões, pequenas crianças. Sentia-se do tamanho delas enquanto eles olhavam par cima para encontrar a aula da tal nova professora.
Um por vez, todos os nomes, todas as histórias de férias, todos com 11 anos.
Aula de português ...
um poema do Drummond, atividades na ponta da língua, na superfície estrelada de letras...
'sabe lá o que ela quer dizer?'
Todas atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me...
Certa gritaria, alguna papéis voando, algumas risadas, desentendimentos, desespero. Sentava em frente ao menino de boné verde, olhava-o fundo nos olhos sem pronunciar uma palavra. Olhava como se olhava para si própria, nã diziam uma só palavra, não reclamaria, não começaria sermões. Levantava-se e corria para ajuda da poesia. Sentia-se atacada, ofendida. Podia sair correndo, podia não dizer, nem ler. O poema diria sozinho:
Já esqueci a língua em que comia...
a língua, breve língua entrecortada.
O português são dois; o outro, mistério.
ps. vou escrevendo umas coisas e guardando. tenho um monte de histórias começadas e guardadas na caixa de postagens. essa é uma de meses atrás. nem gostei muito, talvez por isso não tenha postado, mas lá vai. dos meus tempos de professorinha.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Textos do 'O que Será que Será'
No meio da noite
Acordou sobressaltada, um susto, um grito, um ato - 'Eu te amo'. De olhos abertos, mirava o teto e procurava os olhos que dormiam ao lado dos seus. Ou pelo menos, pareciam que dormiam em meio à escuridão do quarto.
Como resposta, o outro, que podia ser ela mesma (e era o q mais desejava) ou ele, disse 'eu também', leve e sincero, com algum sorriso que também não a ajudava a lembrar de quem eram os dentes brilhantes com a resposta.
Primeiro sentiu medo de que tivesse dito aquelas palavras alto, enquanto dormia, enquanto seu auto-controle perdia o controle para a liberdade conquistada pelo subconsciente, inconsciente, id, whatever. Seu ato falho era ter aquelas palavras guardadas dentro de si.
Depois, e se tivesse sido ele quem as ponunciara? E se ela sonhou porque ouviu a fala livre de quem dorme ao seu lado. Podia ser também apenas dentro do seus sonhos, reflexo de seu desejo, consequência de coisas conversadas e mastigadas, engolidas com um pouco de vinho, embebidas e entorpecidas pela uva.
Preferia falar 'eu também'. Preferia concordar, preferia sentir a declaração e somente respondê-la. Não contestá-la. Sem questionamentos em ouvir pela primeira vez o amor em palavras, senti-lo em gestos, em carinho, em olhares, no seu silêncio.
Acordou sobressaltada, um susto, um grito, um ato - 'Eu te amo'. De olhos abertos, mirava o teto e procurava os olhos que dormiam ao lado dos seus. Ou pelo menos, pareciam que dormiam em meio à escuridão do quarto.
Como resposta, o outro, que podia ser ela mesma (e era o q mais desejava) ou ele, disse 'eu também', leve e sincero, com algum sorriso que também não a ajudava a lembrar de quem eram os dentes brilhantes com a resposta.
Primeiro sentiu medo de que tivesse dito aquelas palavras alto, enquanto dormia, enquanto seu auto-controle perdia o controle para a liberdade conquistada pelo subconsciente, inconsciente, id, whatever. Seu ato falho era ter aquelas palavras guardadas dentro de si.
Depois, e se tivesse sido ele quem as ponunciara? E se ela sonhou porque ouviu a fala livre de quem dorme ao seu lado. Podia ser também apenas dentro do seus sonhos, reflexo de seu desejo, consequência de coisas conversadas e mastigadas, engolidas com um pouco de vinho, embebidas e entorpecidas pela uva.
Preferia falar 'eu também'. Preferia concordar, preferia sentir a declaração e somente respondê-la. Não contestá-la. Sem questionamentos em ouvir pela primeira vez o amor em palavras, senti-lo em gestos, em carinho, em olhares, no seu silêncio.
Show da Madonna - Maratona?
Eu não ia mais. Eu troquei de emprego, estou naquele primeiro mês super duro até a felicidade de receber meu primeiro real payment e fiquei achando que talvez devesse deixar a Madonna para uma próxima, talvez quando eu estivesse viajando pelo mundo ou morando em alguma outra terra mais visitada pela rainha.
Mas aí todo mundo mudou de idéia e ver as pessoas se agitando para comprar o ingresso mais esperado da história da música pop e não tentar também é meio frustrante.
O telefone realmente não ajudava muito. Reunião online e decidimos (toda a mulherada) comprar pelo site numa organização nunca antes vista na história desse país. Acendi um cigarro e iniciei o processo descrito por muitos como torturante.
Entra no site, escolhe Show de São Paulo, entra na página para escolha de cartões - outros (não tenho conta no bradesco - com letra minúscula mesmo - graças a cris), setor, quantidade, concluir compra, dados do cartão de crédito - pronto. Eita....será que eu fiz alguma coisa errada?
Uia - e-mail de confirmação de compra 'Parabéns Marina Pavelosk Migliacci!'. Parabéns pelo meu cu virado para Lua? Eu comprei sentada confortavelmente na minha cadeira de plástico (a que eu já devia ter trocado por uma que não mate minhas costas, mas enfim...) fumando um cigarro mais longo do que o processo de compra. Com um monte de gente desistindo de ver a diva, reclamando do sistema de merda, do telefone que não completa a chamada, da fila absurda, dos cambistas.... não sei se sinto culpa de ser tão abençoada (hahahaha).
Senti até vontade de sair para comemorar, mas essa minha vontade, desejo, neste mês, não são exatamente ligados somente a um fato...mas a todos que estão mudando minha vida (ai que exagero...que bode...feliz, né? fico meio babaca quando estou feliz. Acho que escrevo melhor azeda - =/).
A espera torturante mesmo vai ser pelo show - DEZEMBRO! A pista que nos aguarde, Mad que nos aguarde, as bichas que nos aguardem...20 do último mês do ano, no estádio do Morumbi, às 20h - estaremos todas lindas vendo a diva suprema.
Eu não ia mais. Eu troquei de emprego, estou naquele primeiro mês super duro até a felicidade de receber meu primeiro real payment e fiquei achando que talvez devesse deixar a Madonna para uma próxima, talvez quando eu estivesse viajando pelo mundo ou morando em alguma outra terra mais visitada pela rainha.
Mas aí todo mundo mudou de idéia e ver as pessoas se agitando para comprar o ingresso mais esperado da história da música pop e não tentar também é meio frustrante.
O telefone realmente não ajudava muito. Reunião online e decidimos (toda a mulherada) comprar pelo site numa organização nunca antes vista na história desse país. Acendi um cigarro e iniciei o processo descrito por muitos como torturante.
Entra no site, escolhe Show de São Paulo, entra na página para escolha de cartões - outros (não tenho conta no bradesco - com letra minúscula mesmo - graças a cris), setor, quantidade, concluir compra, dados do cartão de crédito - pronto. Eita....será que eu fiz alguma coisa errada?
Uia - e-mail de confirmação de compra 'Parabéns Marina Pavelosk Migliacci!'. Parabéns pelo meu cu virado para Lua? Eu comprei sentada confortavelmente na minha cadeira de plástico (a que eu já devia ter trocado por uma que não mate minhas costas, mas enfim...) fumando um cigarro mais longo do que o processo de compra. Com um monte de gente desistindo de ver a diva, reclamando do sistema de merda, do telefone que não completa a chamada, da fila absurda, dos cambistas.... não sei se sinto culpa de ser tão abençoada (hahahaha).
Senti até vontade de sair para comemorar, mas essa minha vontade, desejo, neste mês, não são exatamente ligados somente a um fato...mas a todos que estão mudando minha vida (ai que exagero...que bode...feliz, né? fico meio babaca quando estou feliz. Acho que escrevo melhor azeda - =/).
A espera torturante mesmo vai ser pelo show - DEZEMBRO! A pista que nos aguarde, Mad que nos aguarde, as bichas que nos aguardem...20 do último mês do ano, no estádio do Morumbi, às 20h - estaremos todas lindas vendo a diva suprema.
Café, cigarros e um caderno
Iria escrever sobre o que? Pensava em todas as histórias que aconteciam na minha vida, nos últimos meses, nas últimas semanas e desistia antes mesmo de escrever a primeira palavra. Patético demais romancear minha vida, distanciar-me dos fatos, analisar meus pensamentos.
Tomava café e fumava um cigarro. Meus olhos até sorriam, mas seria pieguice demais contar tudo como se fosse uma historinha de livro. Apesar de achar que tudo parece mesmo uma grande invenção da minha cabeça.
E é por isso mesmo que seria ridículo. Exatamente piegas por isso. Detesto pieguices. Satirizo-as. Agora rio por perceber, então, o quanto tudo é ridículo que faz ser tão bom, gozado.
Não ia ser patética a ponto de contar sobre minhas coisas, minha vida, meus amores. Também não podia classificar tudo tão simplismente ou hipervalorizadamente.
O fato é que sinto necessidade de escrever. Não que minha vida não andaria da mesma forma ou que não escrever me sufocaria, ou todas essas bobagens que costumo ler por aí em pseudo-textos. Sinto necessidade porque é isso que quero fazer. Preciso porque quero. Só. Ponto.
Mas escreveria sobre o que? Inventaria mais uma história de coração despedaçado? De romances sem final feliz? De casais na cama...ao amanhecer? Parafrasearia meus próprios desejos? Nunca gostei de ler textos que transpereciam esses 'objetivos'. Também não os leria - os meus.
Critico bastante e até que bem e emperro, empaco para a produção de algum conto. Não necessariamente ficção. É difícil ler aquilo que eu penso. Ler minhas próprias palavras.
As conversas das mesas vizinhas me irritavam. Oito e meia da noite em um café e as pessoas procuravam do outro lado da linha conversas que eram evitadas do outro lado da mesa. Distanciavam-se daqueles com quem dividiram a conta no final da noite.
Discussão de negócios em espanhol e o amigo de bigode olhando para a moça de blusa vermelha. Uma loira discutia detalhes do casamento e o namorado fumava um cigarro em Milão - ainda pode fumar nas ruas de Milão? Não se pode mais fumar em lugar nenhum...
Na mesa da frente sentou-se um senhor. Correndo logo atrás chegou uma garotinha. Acho que devia ter uns 5 anos. Não sei...não tenho muita noção para classificações etárias, muito menos infantis.
Com um grande, para o tamanho dela, pedaço de bolo de morango, chamava o avô para dividir a coxinha. O cabelo escorria encaracolado pelos ombrinhos e costas. Algumas presilhinhas de borboleta salvavam seus olhinhos dos cachos avulsos.
Agora era o senhor de bigode quem atendia o celular e afastava-se da mesa. Seu amigo trocava olhares com a moça de blusa vermelha. Desistia logo para escrever uma mensagem sms.
A loira nem percebia seu namorado ausente. Detalhava, ainda, toda a festa que queria. E tinha que ser do jeito que ela queria. A pequena e o avô dividiam uma lata de coca-cola e se preparavam para ir para casa (?). Os amigos/colegas de trabalho também iam embora e a moça de blusa vermelha levantava para encontrar a namorada.
Iria escrever sobre o que? Havia muito mais histórias do que as minhas. E sentada nesse café capturava pobres fragmentos. Mesmo que tentasse uma das minhas, era tudo o que conseguiria descrever/narrar/contar - pedaços, partes, nada inteiro, algo mutilado.
Iria escrever sobre o que? Pensava em todas as histórias que aconteciam na minha vida, nos últimos meses, nas últimas semanas e desistia antes mesmo de escrever a primeira palavra. Patético demais romancear minha vida, distanciar-me dos fatos, analisar meus pensamentos.
Tomava café e fumava um cigarro. Meus olhos até sorriam, mas seria pieguice demais contar tudo como se fosse uma historinha de livro. Apesar de achar que tudo parece mesmo uma grande invenção da minha cabeça.
E é por isso mesmo que seria ridículo. Exatamente piegas por isso. Detesto pieguices. Satirizo-as. Agora rio por perceber, então, o quanto tudo é ridículo que faz ser tão bom, gozado.
Não ia ser patética a ponto de contar sobre minhas coisas, minha vida, meus amores. Também não podia classificar tudo tão simplismente ou hipervalorizadamente.
O fato é que sinto necessidade de escrever. Não que minha vida não andaria da mesma forma ou que não escrever me sufocaria, ou todas essas bobagens que costumo ler por aí em pseudo-textos. Sinto necessidade porque é isso que quero fazer. Preciso porque quero. Só. Ponto.
Mas escreveria sobre o que? Inventaria mais uma história de coração despedaçado? De romances sem final feliz? De casais na cama...ao amanhecer? Parafrasearia meus próprios desejos? Nunca gostei de ler textos que transpereciam esses 'objetivos'. Também não os leria - os meus.
Critico bastante e até que bem e emperro, empaco para a produção de algum conto. Não necessariamente ficção. É difícil ler aquilo que eu penso. Ler minhas próprias palavras.
As conversas das mesas vizinhas me irritavam. Oito e meia da noite em um café e as pessoas procuravam do outro lado da linha conversas que eram evitadas do outro lado da mesa. Distanciavam-se daqueles com quem dividiram a conta no final da noite.
Discussão de negócios em espanhol e o amigo de bigode olhando para a moça de blusa vermelha. Uma loira discutia detalhes do casamento e o namorado fumava um cigarro em Milão - ainda pode fumar nas ruas de Milão? Não se pode mais fumar em lugar nenhum...
Na mesa da frente sentou-se um senhor. Correndo logo atrás chegou uma garotinha. Acho que devia ter uns 5 anos. Não sei...não tenho muita noção para classificações etárias, muito menos infantis.
Com um grande, para o tamanho dela, pedaço de bolo de morango, chamava o avô para dividir a coxinha. O cabelo escorria encaracolado pelos ombrinhos e costas. Algumas presilhinhas de borboleta salvavam seus olhinhos dos cachos avulsos.
Agora era o senhor de bigode quem atendia o celular e afastava-se da mesa. Seu amigo trocava olhares com a moça de blusa vermelha. Desistia logo para escrever uma mensagem sms.
A loira nem percebia seu namorado ausente. Detalhava, ainda, toda a festa que queria. E tinha que ser do jeito que ela queria. A pequena e o avô dividiam uma lata de coca-cola e se preparavam para ir para casa (?). Os amigos/colegas de trabalho também iam embora e a moça de blusa vermelha levantava para encontrar a namorada.
Iria escrever sobre o que? Havia muito mais histórias do que as minhas. E sentada nesse café capturava pobres fragmentos. Mesmo que tentasse uma das minhas, era tudo o que conseguiria descrever/narrar/contar - pedaços, partes, nada inteiro, algo mutilado.
Agenor, meu Revisor
Escrever no blog me dá uma pressa. Uma pressa de postar, pressa de mostrar para as pessoas, pressa de saber o que elas acharam. Com toda essa pressa, essa correria, eu acabo passando por cima de revisar minhas palavras (o que é um absurdo para quem aponta o erro em qualquer texto que cai nas mãos) e depois passo dias lendo e relendo e arumando, consertando, revisando, trocando, 'melhorando'.
Aí, numa noite de domingo, tediosa, quente, quase de verão num inverno inexistente, distante, desejoso, Felipe Tonet, com quem eu divido o Cru Blog, se é que esse espaço ainda existe, pois há tanto foi abandonado, espremia-se em ansiedade e falta de tempo para contar sobre a África, escrever sobre inutilidades ou satirizar sua classe - a dos jornalistas, de alguma forma. Tudo isso requeria a ajuda de um quase assessor. E ele achou Agenor, seu novo, e meu também, revisor.
Agenor chegou em minha casa, onde tenho um pedaço de privacidade para escrever, ler e pensar, e sentou-se em frente ao computador para fuçar em meus registros jogados no mundo online. Começou, logicamente, por onde comecei - o Clube do Camba.
'Cara Marina, você tem fixação por casais na cama? Por Deus...Conspiração Universal? Eles ficam juntos devido à ação divina...que tipo de relacionamentos você tem?'
'Não é fixação. Mas eu não escrevo mais sobre isso não. E tenho outras histórias também. Olha lá o blog que eu divido com o Fê...Cru Blog'
'Sexo, drogas e rock'n' roll? Bukowiski era bêbado. É por admiração? Você admira um depravado, bêbado? Marininha, seus pais já leram essas suas coisas aqui?'
'Então dá uma olhada no blog novo...'O que Será que Será'.'
'Fundo preto é para evitar que eu revise seus erros, né? É para dificultar que pessoas da minha idade leiam alguma coisa aí. Vocês precisam mesmo de ajuda de alguém'.
Ficou '''feliz''' por encontrar umas gramáticas e dicionários pelas minhas prateleiras. 'Felipe pede para que eu procure na internet. Dicionário na internet? Ele é um pouco relaxado demais, não?'
Agenor senta em uma poltrona e solta uns barulhos entre os dentes enquanto eu digito alguma coisa. Ontem, olhando umas fotos no mural, achou minha tia Marcia e sorriu. 'Ela parece com Cida'. Fiquei com vergonha de perguntar quem era Cida. Talvez um dia ele me conte. Imagino que seja um amor perdido em Cosmópolis, sua cidade natal. Lá não tem festa da uva, mas é onde moram seus 5 irmãos, 2 irmãs e seus milhões de sobrinhos.
'Eu não gosto dessa cidade suja, horrorosa, mas prefiro perder minha paciência aqui do que ser obrigado a conviver com aquela 'aristocracia do interior'.'
Encontramo-nos, Felipe, Agenor e eu, para conversar sobre a logística das revisões que nosso novo assessor vai se dividir para entregar. Agenor, quieto enquanto ríamos de eclipses e glenns, levantou os olhos por cima dos óculos e azedou o nosso comentário sobre mulheres obsessivas. 'Vocês assistem televisão demais.' Eu não aguento esse tipo de inocência com relação ao modo glenn de se relacionar e ironizei seu senso de superioridade. 'O senhor conheceu poucas mulheres'.
A cerveja acabou. Seu guaraná ficou pela metade. Fomos para casa. Cada um para um lado....carro, metrô e ônibus. Já estou com saudade de rir do azedume dele. Hoje ele está com Felipe. Amanhã o assessor é meu.
Escrever no blog me dá uma pressa. Uma pressa de postar, pressa de mostrar para as pessoas, pressa de saber o que elas acharam. Com toda essa pressa, essa correria, eu acabo passando por cima de revisar minhas palavras (o que é um absurdo para quem aponta o erro em qualquer texto que cai nas mãos) e depois passo dias lendo e relendo e arumando, consertando, revisando, trocando, 'melhorando'.
Aí, numa noite de domingo, tediosa, quente, quase de verão num inverno inexistente, distante, desejoso, Felipe Tonet, com quem eu divido o Cru Blog, se é que esse espaço ainda existe, pois há tanto foi abandonado, espremia-se em ansiedade e falta de tempo para contar sobre a África, escrever sobre inutilidades ou satirizar sua classe - a dos jornalistas, de alguma forma. Tudo isso requeria a ajuda de um quase assessor. E ele achou Agenor, seu novo, e meu também, revisor.
Agenor chegou em minha casa, onde tenho um pedaço de privacidade para escrever, ler e pensar, e sentou-se em frente ao computador para fuçar em meus registros jogados no mundo online. Começou, logicamente, por onde comecei - o Clube do Camba.
'Cara Marina, você tem fixação por casais na cama? Por Deus...Conspiração Universal? Eles ficam juntos devido à ação divina...que tipo de relacionamentos você tem?'
'Não é fixação. Mas eu não escrevo mais sobre isso não. E tenho outras histórias também. Olha lá o blog que eu divido com o Fê...Cru Blog'
'Sexo, drogas e rock'n' roll? Bukowiski era bêbado. É por admiração? Você admira um depravado, bêbado? Marininha, seus pais já leram essas suas coisas aqui?'
'Então dá uma olhada no blog novo...'O que Será que Será'.'
'Fundo preto é para evitar que eu revise seus erros, né? É para dificultar que pessoas da minha idade leiam alguma coisa aí. Vocês precisam mesmo de ajuda de alguém'.
Ficou '''feliz''' por encontrar umas gramáticas e dicionários pelas minhas prateleiras. 'Felipe pede para que eu procure na internet. Dicionário na internet? Ele é um pouco relaxado demais, não?'
Agenor senta em uma poltrona e solta uns barulhos entre os dentes enquanto eu digito alguma coisa. Ontem, olhando umas fotos no mural, achou minha tia Marcia e sorriu. 'Ela parece com Cida'. Fiquei com vergonha de perguntar quem era Cida. Talvez um dia ele me conte. Imagino que seja um amor perdido em Cosmópolis, sua cidade natal. Lá não tem festa da uva, mas é onde moram seus 5 irmãos, 2 irmãs e seus milhões de sobrinhos.
'Eu não gosto dessa cidade suja, horrorosa, mas prefiro perder minha paciência aqui do que ser obrigado a conviver com aquela 'aristocracia do interior'.'
Encontramo-nos, Felipe, Agenor e eu, para conversar sobre a logística das revisões que nosso novo assessor vai se dividir para entregar. Agenor, quieto enquanto ríamos de eclipses e glenns, levantou os olhos por cima dos óculos e azedou o nosso comentário sobre mulheres obsessivas. 'Vocês assistem televisão demais.' Eu não aguento esse tipo de inocência com relação ao modo glenn de se relacionar e ironizei seu senso de superioridade. 'O senhor conheceu poucas mulheres'.
A cerveja acabou. Seu guaraná ficou pela metade. Fomos para casa. Cada um para um lado....carro, metrô e ônibus. Já estou com saudade de rir do azedume dele. Hoje ele está com Felipe. Amanhã o assessor é meu.
Good Morning, Heartache
Alguns dias começam errado e vão errando até você voltar para casa e dormir. Alguns dias, se fosse possível, era melhor ficar deitadinha, no escuro, sem a necessidade de socializar, de bom-dias, de sorrir, de ver seu novo cabelo no espelho, de ver sua espinha no espelho, de se ver no espelho.
Alguns dias a dor nas costas se espalha pelos ombros e sobe o pescoço. Suas unhas vermelhas ficam esquisitas, a blusa que você usa sempre e adora fica torta, até o all star que sai bem pouco do seu pé fica maior, desproporcional.
Acordar bufando não é uma prática agradável, muito menos para aqueles que acordam com você. Acordar com uma pressa que você nunca tem. Você nunca sai correndo para trabalhar. Você vai. Mas em alguns dias, os bem especiais, qualquer contratempo parece que, na verdade, é contra você.
Alguns dias você não aguenta ler duas páginas do livro que você está devorando. Nesses dias, o caminho para o trablho fica eterno, vira uma viagem de dias, com sol, sem água, sem música, seus pés inchando por conta do clima seco e asfixiante.
São esses dias que você quer abraçar todo mundo, que você chora por qualquer coisa, com qualquer música. Esses são os dias de TPM. Às vezes não é ela exatamente, mas é como se fosse. Dessa vez eu a recebi deitada no escuro sem querer levantar, com dor nas costas, cabelo novo ainda sem meu controle de qualidade dar uma nota final, achando minhas unhas esquisitas, detestanto minha blusa cinza, estranhando meu all star desproporcinal e tentando encontrar uma música que não me faça chorar por ser tão linda, quase tão minha (glenn).
Não é mau humor. Também não é o mood reclamar, é só um desconforto consigo mesmo. E a hipersensibilidade irritante. 'A tristeza de se saber mulher', como diria o grande Vinícius.
Alguns dias começam errado e vão errando até você voltar para casa e dormir. Alguns dias, se fosse possível, era melhor ficar deitadinha, no escuro, sem a necessidade de socializar, de bom-dias, de sorrir, de ver seu novo cabelo no espelho, de ver sua espinha no espelho, de se ver no espelho.
Alguns dias a dor nas costas se espalha pelos ombros e sobe o pescoço. Suas unhas vermelhas ficam esquisitas, a blusa que você usa sempre e adora fica torta, até o all star que sai bem pouco do seu pé fica maior, desproporcional.
Acordar bufando não é uma prática agradável, muito menos para aqueles que acordam com você. Acordar com uma pressa que você nunca tem. Você nunca sai correndo para trabalhar. Você vai. Mas em alguns dias, os bem especiais, qualquer contratempo parece que, na verdade, é contra você.
Alguns dias você não aguenta ler duas páginas do livro que você está devorando. Nesses dias, o caminho para o trablho fica eterno, vira uma viagem de dias, com sol, sem água, sem música, seus pés inchando por conta do clima seco e asfixiante.
São esses dias que você quer abraçar todo mundo, que você chora por qualquer coisa, com qualquer música. Esses são os dias de TPM. Às vezes não é ela exatamente, mas é como se fosse. Dessa vez eu a recebi deitada no escuro sem querer levantar, com dor nas costas, cabelo novo ainda sem meu controle de qualidade dar uma nota final, achando minhas unhas esquisitas, detestanto minha blusa cinza, estranhando meu all star desproporcinal e tentando encontrar uma música que não me faça chorar por ser tão linda, quase tão minha (glenn).
Não é mau humor. Também não é o mood reclamar, é só um desconforto consigo mesmo. E a hipersensibilidade irritante. 'A tristeza de se saber mulher', como diria o grande Vinícius.
Nome Próprio
Eu não tenho muita paciência para a pseudo-intelectual/rebelde/contestadora Leandra Leal. Não estava muito inclinada a assistir ao filme estrelado por ela - 'Nome Próprio', mas depois de ter ouvido de vários amigos que assistiram, ouviram falar ou leram sobre, que fizeram uma conexão da personagem comigo e minha obsessão e dedicação ao(s) meu(s) blog(s), resolvi que podia ser uma opção razoável para um domingo chuvoso. Além, claro, de fugir do Faustão e tomar café com Rô Naddeo.
O roteiro é fraquíssimo, insistindo na imagem Bukowskiana do escritor alcóolatra, devasso, exagerado, intenso. Se fosse só isso (ou se fosse realmente isso), não teria problema. O problema é que tudo isso soa falso, forçado, como se toda a imagem de um escritor beat não coubesse em toda a trama adolescente criada.
A levada Malhação ainda fica mais evidente quando a 'escritora' parece, cada vez mais, reforçar os mitos e fantasias que vivem na cabeça de meninos com seus 15 anos. Aliás, a única frase que talvez tenha me feito rir sem desprezo foi 'todo homem tem entre 12 e 18 anos'. Boa...apesar de ser uma generalização estúpida.
Uma 'mulher' (parece mais uma garota perdida na interpretação de ser uma mulher) mostra-se insensível aos próximos e distantes. Fere e desrespeita aqueles que a ajudam e a 'amam'. Paula, sua amiga/namorada/garota/whatever, é a única para qual Camila apresenta, em certa medida, carinho e amor.
Sua intensidade é de fachada. Toda sua fúria de viver é mais uma desculpa para fazer aquilo que deseja sem pensar nos outros. Todo o seu caos é só mais um clichê babaca que invade também seus textos mal escritos, pobres, fracos e bobos.
É tão insegura e desequilibrada, lembrando Alex Forest de 'Atração Fatal'. Referência explícita presente em uma das cenas iniciais do filme, na qual liga desesperadamente para o ex-namorado, encostada na parede, de camiseta branca, acendendo e apagando um abajur, lágrimas nos olhos. (Vale ver Glenn Close como louca...sempre).
Sua insensibilidade não a deixaria escrever mais do que foram capazes de 'inventar' na tela. Sua metalinguagem é deprimente, sua necessidade fingida.
Acho que não vou comentar sobre personagens que desaparecem e outros que não fazem o menor sentido. Acho melhor você assistir e ver com seus próprios olhos.
Um - não escrevo pelada. Não fumo loucamente enquanto estou escrevendo e também, quando estou fumando, não desencano da cinza que pode cair a qualquer momento. Não escrevo na parede, não colo folhas como lembretes e também não tenho cadernos e cadernos de caos para um possível livro.
Dois - Minha insegurança não chega a me dar bolas para emagrecer. Não sou alcóolatra e não dependo disso para ter alguma idéia para escrever.
Três - A sensibilidade é a única coisa/sentimento/palavra-chave necessária para inspirar a ler ou escrever no mundo virtual e fora dele.
Sobre blogueiros e variações, ver coluna 'Recomendo'. Vai fazer o filme ficar cada vez mais pobre e triste pelo roteiro fraco e deprimente.
Eu não tenho muita paciência para a pseudo-intelectual/rebelde/contestadora Leandra Leal. Não estava muito inclinada a assistir ao filme estrelado por ela - 'Nome Próprio', mas depois de ter ouvido de vários amigos que assistiram, ouviram falar ou leram sobre, que fizeram uma conexão da personagem comigo e minha obsessão e dedicação ao(s) meu(s) blog(s), resolvi que podia ser uma opção razoável para um domingo chuvoso. Além, claro, de fugir do Faustão e tomar café com Rô Naddeo.
O roteiro é fraquíssimo, insistindo na imagem Bukowskiana do escritor alcóolatra, devasso, exagerado, intenso. Se fosse só isso (ou se fosse realmente isso), não teria problema. O problema é que tudo isso soa falso, forçado, como se toda a imagem de um escritor beat não coubesse em toda a trama adolescente criada.
A levada Malhação ainda fica mais evidente quando a 'escritora' parece, cada vez mais, reforçar os mitos e fantasias que vivem na cabeça de meninos com seus 15 anos. Aliás, a única frase que talvez tenha me feito rir sem desprezo foi 'todo homem tem entre 12 e 18 anos'. Boa...apesar de ser uma generalização estúpida.
Uma 'mulher' (parece mais uma garota perdida na interpretação de ser uma mulher) mostra-se insensível aos próximos e distantes. Fere e desrespeita aqueles que a ajudam e a 'amam'. Paula, sua amiga/namorada/garota/whatever, é a única para qual Camila apresenta, em certa medida, carinho e amor.
Sua intensidade é de fachada. Toda sua fúria de viver é mais uma desculpa para fazer aquilo que deseja sem pensar nos outros. Todo o seu caos é só mais um clichê babaca que invade também seus textos mal escritos, pobres, fracos e bobos.
É tão insegura e desequilibrada, lembrando Alex Forest de 'Atração Fatal'. Referência explícita presente em uma das cenas iniciais do filme, na qual liga desesperadamente para o ex-namorado, encostada na parede, de camiseta branca, acendendo e apagando um abajur, lágrimas nos olhos. (Vale ver Glenn Close como louca...sempre).
Sua insensibilidade não a deixaria escrever mais do que foram capazes de 'inventar' na tela. Sua metalinguagem é deprimente, sua necessidade fingida.
Acho que não vou comentar sobre personagens que desaparecem e outros que não fazem o menor sentido. Acho melhor você assistir e ver com seus próprios olhos.
Um - não escrevo pelada. Não fumo loucamente enquanto estou escrevendo e também, quando estou fumando, não desencano da cinza que pode cair a qualquer momento. Não escrevo na parede, não colo folhas como lembretes e também não tenho cadernos e cadernos de caos para um possível livro.
Dois - Minha insegurança não chega a me dar bolas para emagrecer. Não sou alcóolatra e não dependo disso para ter alguma idéia para escrever.
Três - A sensibilidade é a única coisa/sentimento/palavra-chave necessária para inspirar a ler ou escrever no mundo virtual e fora dele.
Sobre blogueiros e variações, ver coluna 'Recomendo'. Vai fazer o filme ficar cada vez mais pobre e triste pelo roteiro fraco e deprimente.
Balé da Cidade de São Paulo
As luzes apagadas e um bailarino corre por entre a platéia até alcançar o palco vazio. Assim fazem mais três bailarinos que se contorcem beges à luz amarela forte. O palco é invadido por bailarinas que se sucedem no jogar para frente, para cima, para o lado, para os braços.
Dualidade@br é o primeiro ato do grande espetáculo do Balé da Cidade apresentado no Teatro Municipal de São Paulo. Criado pelo bailarino e coreógrafo Gagik Ismailian, é um jogo fragmentado de sentimentos intensos vividos no palco. O prazer, a solidão, paixão, dor, medo, o limite.
As pétalas vermelhas jogados em cima da bailarina solitária no canto direito do palco, o cair lento e gracioso, ela levemente iluminada, completam a poeticidade da apresentação.
O Segundo ato, Canela Fina, de Cayetano Soto, mantém o tom ocre/fosco enfatizado pelas luzes que exaltam o movimento dos músculos dos corpos dançantes. Uma nuvem de pó de canela nubla o palco e esconde os movimentos que tentam ser encontrados pelas luzes que vêm das laterais, do alto e do fundo. Apresentação com o aroma sensual do pó - fazendo lembrar a origem e o fim de todas as coisas.
Por fim, o espetáculo se encerra com uma comédia de valsas com figurino pesado, maquiagem carregada ressaltando o grotesco, a crueldade - Perpetuum, coreografia de Ohad Naharin. Esse último ato me pareceu bastante distante dos dois primeiros, com um proposta artística distinta - cômica. As duas primeiras tinham o ar solene e sério de um soneto.
Eu fiz balé quando criança. Gostava muito de dançar, das roupinhas e das amiguinhas da turma, das professoras. Até que minha tia, cuidando de mim e dos meus irmãos em uma das viagens dos meus pais, comprou salgadinhos com 'tatuagens perecíveis' e eu logo colei uma das tartarugas ninja no braço direito. Minha mãe voltou de viagem para minha última 'apresentação'. Minha professora disse que bailarinas não podiam ter tatuagens e eu me ofendi com a ignorância de uma mulher que não sabia o que era brincadeira de criança. Assim, seria pouco provável captar a sutileza da arte que é o balé. Logicamente não pensei nisso com 7 ou 8 anos.
As luzes apagadas e um bailarino corre por entre a platéia até alcançar o palco vazio. Assim fazem mais três bailarinos que se contorcem beges à luz amarela forte. O palco é invadido por bailarinas que se sucedem no jogar para frente, para cima, para o lado, para os braços.
Dualidade@br é o primeiro ato do grande espetáculo do Balé da Cidade apresentado no Teatro Municipal de São Paulo. Criado pelo bailarino e coreógrafo Gagik Ismailian, é um jogo fragmentado de sentimentos intensos vividos no palco. O prazer, a solidão, paixão, dor, medo, o limite.
As pétalas vermelhas jogados em cima da bailarina solitária no canto direito do palco, o cair lento e gracioso, ela levemente iluminada, completam a poeticidade da apresentação.
O Segundo ato, Canela Fina, de Cayetano Soto, mantém o tom ocre/fosco enfatizado pelas luzes que exaltam o movimento dos músculos dos corpos dançantes. Uma nuvem de pó de canela nubla o palco e esconde os movimentos que tentam ser encontrados pelas luzes que vêm das laterais, do alto e do fundo. Apresentação com o aroma sensual do pó - fazendo lembrar a origem e o fim de todas as coisas.
Por fim, o espetáculo se encerra com uma comédia de valsas com figurino pesado, maquiagem carregada ressaltando o grotesco, a crueldade - Perpetuum, coreografia de Ohad Naharin. Esse último ato me pareceu bastante distante dos dois primeiros, com um proposta artística distinta - cômica. As duas primeiras tinham o ar solene e sério de um soneto.
Eu fiz balé quando criança. Gostava muito de dançar, das roupinhas e das amiguinhas da turma, das professoras. Até que minha tia, cuidando de mim e dos meus irmãos em uma das viagens dos meus pais, comprou salgadinhos com 'tatuagens perecíveis' e eu logo colei uma das tartarugas ninja no braço direito. Minha mãe voltou de viagem para minha última 'apresentação'. Minha professora disse que bailarinas não podiam ter tatuagens e eu me ofendi com a ignorância de uma mulher que não sabia o que era brincadeira de criança. Assim, seria pouco provável captar a sutileza da arte que é o balé. Logicamente não pensei nisso com 7 ou 8 anos.
New Home
Eu precisava de um espaço que fosse mais condizente com minha nova proposta. O Clube do Camba foi meu lar por pouco mais de um ano e recebeu inúmeros tipos de prosa (e poesia, por incrível que pareça). Mas a forma pela qual me expresso nele está bem longe daquilo que parece mais próximo a mim agora.
A forma de minhas prosas por aqueles lados ficou um pouco repetitiva e, no bom sentido, se é que há um bom sentido, acho q construi um estilo de contar alguma coisa. Mas a reflexão que tenho feito sobre esse estilo, assim como a reflexão que tenho feito acerca da forma como me comunico, exige uma roupagem nova.
Semana passada, comecei a ler 'Paris é uma Festa', do Hemingway, e me vi diante da prosa que mais agrada os meus sentidos. Além do prazer enorme de passar os olhos e a mente por todas aquelas descrições de cena que só ele sabe fazer, ainda é bonito demais saber como foi para o jovem escritor conviver com grandes da literatura nos anos em que viveu naquela cidade.
Ele sempre me faz pensar sobre como é escrever e no que escrever. Ele sempre me intriga com a ironia, com a sinceridade, com o que não é dito mas está tão presente under the surface. Hemingway foi o primeiro autor que me fez refletir sobre estilo, sobre a forma de se contar uma história (e isso longe dos estudos de letras, ainda).
Aqui é o novo espaço para experimentar essa nova forma que pretendo construir/testar. É aqui que pretendo levar mais à sério a experiência de deixar meu canal mais livre, mais aberto, ser mais sincera com o que tenho a dizer. Deixar o fingimento de contar e 'liberar' algumas histórias que ainda não tive 'coragem' de publicar por aí.
Welcome to my new home. Espero que os amigos visitem assim como fizeram (felizmente) com a outra casa. Entre e Fique à vontade!
Hey Ho, let's go!
ps. eu fico mais à vontade por aqui mesmo. o primeiro lugar onde eu publiquei meus textos e que foi palco da minha saída do armário - para quem não lembra, eu assinava as postagens com um pseudônimo travesti.
bom estar de volta.
Eu precisava de um espaço que fosse mais condizente com minha nova proposta. O Clube do Camba foi meu lar por pouco mais de um ano e recebeu inúmeros tipos de prosa (e poesia, por incrível que pareça). Mas a forma pela qual me expresso nele está bem longe daquilo que parece mais próximo a mim agora.
A forma de minhas prosas por aqueles lados ficou um pouco repetitiva e, no bom sentido, se é que há um bom sentido, acho q construi um estilo de contar alguma coisa. Mas a reflexão que tenho feito sobre esse estilo, assim como a reflexão que tenho feito acerca da forma como me comunico, exige uma roupagem nova.
Semana passada, comecei a ler 'Paris é uma Festa', do Hemingway, e me vi diante da prosa que mais agrada os meus sentidos. Além do prazer enorme de passar os olhos e a mente por todas aquelas descrições de cena que só ele sabe fazer, ainda é bonito demais saber como foi para o jovem escritor conviver com grandes da literatura nos anos em que viveu naquela cidade.
Ele sempre me faz pensar sobre como é escrever e no que escrever. Ele sempre me intriga com a ironia, com a sinceridade, com o que não é dito mas está tão presente under the surface. Hemingway foi o primeiro autor que me fez refletir sobre estilo, sobre a forma de se contar uma história (e isso longe dos estudos de letras, ainda).
Aqui é o novo espaço para experimentar essa nova forma que pretendo construir/testar. É aqui que pretendo levar mais à sério a experiência de deixar meu canal mais livre, mais aberto, ser mais sincera com o que tenho a dizer. Deixar o fingimento de contar e 'liberar' algumas histórias que ainda não tive 'coragem' de publicar por aí.
Welcome to my new home. Espero que os amigos visitem assim como fizeram (felizmente) com a outra casa. Entre e Fique à vontade!
Hey Ho, let's go!
ps. eu fico mais à vontade por aqui mesmo. o primeiro lugar onde eu publiquei meus textos e que foi palco da minha saída do armário - para quem não lembra, eu assinava as postagens com um pseudônimo travesti.
bom estar de volta.
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