quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Carnaval na Casa Verde

Vem menina linda
Vem pro samba, vem sambar (BIS)
Me faz um chamego que o céu pode esperar

Domingo chuvoso em São Paulo e a promessa de um churrasco de aniversário meio molhado. Ao virar a esquina da Bras Leme para adentrar a rua na qual passaríamos a tarde (e um bom pedaço da noite), um bloco com um generoso grupo de foliões (palavra que eu abomino, mas sempre quis usar. Chegou o momento.) descia a rua, pelo meio da rua, e convidava o povo que assistia, postado às suas margens, a pular para dentro e sair atrás do carro de som, com a pequena bateria a se chacoalhar até não nos foi informado onde.


Surge em Maio de setenta e cinco
A saga de um samba pé no chão
Nasce lá no morro e desce a serra
Hoje fonte de inspiração
Toda Zona Norte faz folia
E vem desfilar no carnaval
Meu querido bloco faz a festa (BIS)
Em tom dobrado vou cantar em alto astral


A chuva um pouco mais calma, um celular tirador de fotos a postos e corpinho começando a se balançar com a agitação, não tivemos outra opção senão entrar debaixo do sovaco da cobra e começar o Carnaval uma semana antes de maneira bastante paulistana.



Engraçado como esse impulso carnavalesco nunca apareceu enquanto morava em Salvador (aliás, cheguei na cidade na semana do carnaval) e nem mesmo pela terra da garoa até que, alguns carnavais atrás, fui introduzia à arte de sarapendiar pelas ruas da saudosa e afamada São Luís do Paraitinga, que sofreu com chuvas anos passados, se recupera bem e já recebeu alta para curtir a festa com um número controlado e reduzido de visitantes.

Foi lá que eu vi, pela primeira vez na história desse país, um carnaval interessante e realmente divertido, longe do axé e de todas essas porcarias que nos obrigam a ouvir nessa semana que normalmente cai em fevereiro. Foi lá que eu entendi o quanto era gostoso o verão, o pula-pula e a bebedeira que acabavam em uma semana de cama e muitas risadas.

Mas, depois que a cidade sofreu esse acidente grave, curti esse feriado de formas variadas - praia, interior e não me lembro bem mais o quê. Por esses anos todos, nenhuma marchinha tinha me levado a me balançar, a não ser em lembranças. Em nenhum momento tive vontade de sair atrás do trio elétrico. Domingo me deu vontade de pegar uma garrafinha de pinga com mel, botar os óculos escuros e pular até o próximo bloco aprendendo a música de cada um deles.

Veja só:


E Paulo sem se aguentar, foi indo embora com o bloco:


Esse ano, os planos se concentram no Oscar. Mas esse assunto é tema de outro post, menos pulativo. Mas, quem sabe, aparece alguma coisa similar novamente e a gente se joga pelas ruas a dançar!

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