quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Preparação para o Oscar - últimos passos

Faz muitos meses que assisti ao Midnight in Paris, mas, apesar de não lembrar de muitos detalhes que me impressionaram na ocasião, recordo bem do quanto o filme é divertido, crítico e sensível aos fãs de literatura. Paris fervia de gente produzindo na década de 1920. Hemingway estava lá a escrever Paris é uma festa e pedia ajuda sempre a Gertrude Stein, que não aconselhava somente a ele, mas a todos os conhecidos como geração perdida. Scott Fitzgerald e sua mulher Zelda também passeavam pelas ruas da cidade. Até Cole Porter, que vivia or lá a escrever suas canções como I Love Paris e muitas outras, toca nas festas que o americano do século XXI é convidado a participar todas as noites, à meia noite. Sonhos, frustração e alguém para dividir caminhadas na chuva que pacificam um coração cheio de desilusões. Gostei do filme por tudo, mas principalmente pela sutileza e pelo encantamento frente à arte.



Não foi o que senti e pensei quando assisti ao A Árvore da Vida. Achei um grande ppt com trilha sonora duvidosa. Sabe aqueles que você recebe por e-mail, com mensagens meio toscas, imagens lindas e uma música de doer a alma de ruim? Pois é. Achei completamente sem propósito a fase adulta do irmão carente e ressentido vivido pelo Sean Penn. E mais sem propósito ainda o encontro na praia, pés descalços, crianças felizes. Sem foco, sem história e sem poesia, ponto que foi clamado por uma gente. Não sei. Achei fraco e mal amarrado.



Não foi o mesmo sentimento quando vi em The Separation. Filme iraniano que nos faz pensar na produção cultural daquele país e no seu contexto político, social, religioso. É tudo tão contrastante e bonito. Não há música, mas tensão, angústia, incerteza. SonhosXMedo ou será SonhosXCompaixão? Boa maneira de pensar não só em mundos além-mar, mas em como lidamos com escolhas por esses lados também.



Extremely Loud and Incredibly Close, traduzido para Tão forte, tão perto, é a história de um garoto de 9 anos que perde o pai no 11 de setembro. Baseado no livro com mesmo nome, o filme apresenta o estrago e como e se é possível viver após uma tragédia desse tamanho. Oskar e seu pai inventavam jogos de investigação juntos e, no meio de uma das expedições, uma reunião de negócios no WTC acaba por levar seu pai para sempre. Alguns não gostaram do menino antipático, prepotente. Quem leu o livro sabe como Oskar lida com as situações, como ele é cheio de regras e como ele sofre em silêncio quando descobre uma chave no armário de seu pai e decide encontrar a fechadura para alongar seus momentos com ele. Nesse caminho, ele conhece um monte de gente, suas histórias, tem a chance de contar a sua, se investigar e encontrar sua mãe do outro lado, tentando mostrar a ele que ela também consegue investigar, criar mistérios e desvendá-los. Triste e sensível.



E Hugo. Ah! Sem dúvida meu preferido. Como já mencionado no post anterior, Hugo também fala sobre a história do cinema, como é importante preservá-la, sobre magia, criação de histórias, tecnologia e tudo mais. Fala sobre invenção, consertos e concertos do mundo. Tudo se passa dentro de uma estação de trem em Paris e Hugo é um menino que perdeu o pai e vive a tentar arrumar um autômato que ele encontrou no museu em que trabalhava. Roteiro bem amarradinho, emociona do começo ao fim por toda a delicadeza de se falar sobre arte, pessoas, amor, carinho, afeto e reconhecimento. A importância da história do cinema dentro do cinema. Eu torço por esse, sem dúvida.



Vi somente o começo do War Horse, do Spielberg e parei porque não estava mais suportando tanto clichê, tudo tão previsível. Aquelas tomadas abertas e a trilha sonora grandiosa. Não tive paciência para continuar a assistir. Deve ser bom para criança. Mas eu achei um pé no saco. Fora esse, ainda faltam The Descendents e The Help. O segundo eu vejo ainda hoje. O George Clooney talvez eu procure numa sala de cinema. Alguém?

Muito sucintamente, são minhas parcas impressões sobre cada filme que vi, ainda mais por falar sobre 3 (ou 5, no caso deste post) de uma vez só, não pensei que perderia a oportunidade de descrever mais, falar mais. Talvez seja isso mesmo que eu desejava quando comecei. Assim, você assiste livre do que eu poderia antecipar (demais) e depois a gente pensa mais juntos sobre todos esses filmes. Há muito a se falar de alguns deles e é preciso mais tempo e mais palavras para discuti-los. Bom(s) filme(s)!

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