Ele tirava os cachos de frente dos olhos dela. Ela sorria e olhava fundo em seus olhos que olhavam fundo os olhos dela. Eles não viam nada além daquele brilho escuro e daquela alegria de pupilas saltando o rosto.
Suas mãos corriam pelas costas dela, gelada, esquentando-na - por dentro. As delas corriam por aquele rosto que sorria e gelava no toque de lábios próximos em sonho.
Escutavam a respiração ofegante um do outro. Ele a tocava na orelha, no pescoço, beijava-o. Beijava seu corpo entre milhares de outros possíveis. Beijava os sonhos de corpos e era o dela que desejava, que ansiava, que queria.
Esta manhã de domingo era chuvosa, nebulosa, fria. Aquele quarto não estava laranja, mas cinza, explodindo em vermelho, verde, azul - brilhando de olhos fechados.
Thörm mandava raios, trovões, água. Acima a os espreitar, ele corria a mão sobre aquela folha longa de seu livro em branco.
Ele sussurrou 'eu te amo'. Ela fechou os olhos e dormiu aquelas palavras em silêncio. Chovia lá fora e o vento uivava no escuro.
4 comentários:
"Arrupiô"! Preciso ficar mais completa disso... vou buscar a parte I e conversamos... no elevador!
sucesso!
Gostei muito do seu novo post, bonito o texto: conciso e bem escrito - vc tem uma ótima gramática e, adicione-se a isso uma doce sutileza poética. Parabéns!!! :-D
vou vomitar
Thörm manda água, raios, trovões... pra que os dois continuem vivendo esse momento infinitamente. Já tô esperando a parte III...rs
Bjomeliga!
Postar um comentário